
Quem disse que a vida desacelera depois dos 70? Em Rondonópolis, um aposentado de 79 anos está dando um verdadeiro show de vitalidade — e redefinindo o que significa envelhecer com saúde.
José Alves de Oliveira, ou simplesmente Seu Zé, como é conhecido pelos amigos, tem uma rotina que deixaria muita gente pela metade da idade dele com inveja. Após um dia inteiro de trabalho — sim, ele ainda trabalha! — calça o tênis e sai para correr. Quase 10 quilômetros. Todo santo dia.
Do cansaço à paixão: como tudo começou
Parece mentira, mas a história dele com as corridas começou quase por acaso. "Eu chegava em casa tão cansado do serviço que pensei: preciso fazer alguma coisa pela saúde", conta com aquela voz mansa típica de quem já viu muita coisa na vida. "Aí resolvi caminhar um pouquinho. Só que caminhar foi ficando pouco, sabe?"
E foi assim, nesse vai-e-vem de experimentação, que o que era para ser uma caminhada leve se transformou em corridas cada vez mais longas. Hoje, percorrer quase 10 km é tão natural para ele quanto tomar um café pela manhã.
Rotina de atleta profissional
Imagina só: o homem acorda cedo, trabalha o dia inteiro, e quando a maioria das pessoas está se jogando no sofá, ele está lá, nas ruas de Rondonópolis, suando a camisa. É uma disciplina que impressiona — e envergonha muita gente mais nova, diga-se de passagem.
"As pessoas me veem correndo e pensam que sou louco", ri ele. "Mas é isso que me mantém vivo, animado. Me sinto com 50 anos!"
O segredo? Persistência e alegria
Não existe fórmula mágica ou suplemento milagroso. O que move Seu Zé é bem mais simples — e ao mesmo tempo tão raro. "Corro porque gosto, porque me sinto bem. Não é por obrigação, é por prazer", explica com a sabedoria de quem descobriu o verdadeiro sentido de viver bem.
E os resultados falam por si só: exames em dia, disposição de sobra e aquela energia contagiante que só quem está em paz consigo mesmo consegue transmitir.
Lição de vida sobre rodas — ou melhor, sobre tênis
Enquanto a sociedade insiste em colocar os idosos numa caixinha de fragilidade e limitações, Seu Zé está aí, correndo literalmente na contramão desses estereótipos. Sua história não é sobre super-humanos, mas sobre possibilidades — sobre o que acontece quando a gente para de usar a idade como desculpa.
"A vida é movimento", filosofa entre uma respirada e outra. "Parar é que não pode."
E assim segue ele, um senhor de 79 anos que poderia estar descansando no aconchego do lar, mas prefere desbravar as ruas da cidade — um passo de cada vez, mostrando que envelhecer pode ser, sim, uma aventura emocionante.
Quem vê essa determinação toda não imagina que começou com uma simples caminhada. Mas é assim mesmo — as maiores jornadas sempre começam com um único passo. Ou, no caso dele, com muitos passos, todos os dias.