Medicina veterinária evolui e exige nova abordagem para animais idosos
Com os avanços significativos na medicina veterinária, os animais de pequeno e grande porte no Brasil estão vivendo mais. Essa maior longevidade traz novos desafios para tutores e profissionais da área, que buscam tratamentos específicos para pets na fase idosa.
O médico veterinário Leonardo Garbois, especialista em terapias integrativas e referência no manejo de equinos, defende uma mudança radical na forma como encaramos o envelhecimento animal. Ele propõe uma visão mais humana, tratando essa fase como uma etapa natural da vida, e não apenas como seu fim.
Dois tipos de animais idosos: seniores e geriátricos
Inspirado em Mary Gardner, uma das principais profissionais da medicina veterinária mundial, Garbois desenvolveu uma classificação que divide os animais idosos em duas categorias distintas.
De um lado estão os animais seniores - aqueles que apresentam sinais de envelhecimento, mas mantêm-se ativos e com boa qualidade de vida. Do outro, os animais geriátricos, que já convivem com múltiplas comorbidades e exigem cuidados mais específicos.
O veterinário enfatiza que não existe qualidade de vida sem expressão natural do comportamento. Segundo ele, o animal idoso precisa continuar vivendo sua essência, independentemente da idade.
Escalas de monitoramento e comunicação empática
Percebendo a necessidade de melhorar o tratamento para pacientes geriátricos, Leonardo Garbois desenvolveu escalas de monitoramento específicas. Essas ferramentas avaliam cinco aspectos fundamentais: dor, apetite, mobilidade, interação e prazer nas atividades diárias.
Além das avaliações técnicas, o especialista ressalta a importância de uma comunicação clara e empática entre tutores e profissionais. Essa transparência garante que todas as decisões sejam tomadas considerando o bem-estar do animal.
Para Garbois, a morte é parte natural da vida, e o papel dos veterinários e tutores é garantir que o último capítulo seja escrito com respeito e serenidade. Sua abordagem representa um avanço significativo na forma como cuidamos dos animais durante toda sua existência.
A nova visão proposta pelo especialista chega em um momento crucial, onde o aumento na expectativa de vida dos animais demanda práticas mais conscientes e humanizadas na medicina veterinária brasileira.
