A confirmação de um caso de leishmaniose visceral canina em um cão do bairro Jardim Cristina, em Botucatu, no interior de São Paulo, acionou o alerta das autoridades sanitárias locais. A prefeitura municipal já programou ações de monitoramento para conter possível avanço da doença na região.
Investigação e Medidas Imediatas
Segundo informações oficiais, a partir da próxima segunda-feira (24), a equipe da Vigilância Ambiental em Saúde (VAS) dará início a um inquérito sorológico no bairro onde o caso foi registrado. O trabalho consistirá na coleta sistemática de amostras de sangue de cães da localidade.
As amostras coletadas serão encaminhadas para análise pelo Instituto Adolfo Lutz, referência em diagnósticos laboratoriais. O objetivo principal é verificar a presença e circulação do parasita Leishmania infantum na população canina do Jardim Cristina.
Importância do Levantamento
Este monitoramento ativo é fundamental para identificar a extensão real da infecção entre os animais. Os resultados obtidos irão orientar a implementação de medidas mais eficazes de prevenção e controle, beneficiando tanto a saúde animal quanto a proteção da população humana.
A prefeitura de Botucatu reforça o apelo pela colaboração dos tutores de cães durante a realização do inquérito. É essencial que os moradores permitam o acesso dos agentes de saúde às residências e autorizem a coleta de sangue dos animais selecionados para o estudo.
Prevenção e Sintomas da Leishmaniose Visceral Canina
A leishmaniose visceral canina é uma doença grave transmitida pela picada do flebotomíneo, popularmente conhecido como mosquito-palha. O inseto se infecta ao picar um animal doente e pode transmitir o parasita para outros cães e também para seres humanos.
Entre as principais medidas preventivas recomendadas pelas autoridades de saúde estão:
- Manutenção de imóveis limpos e livres de matéria orgânica
- Uso de coleiras repelentes nos cães
- Controle ambiental para reduzir a proliferação do mosquito-palha
Os sintomas nos cães podem demorar de três a sete meses para aparecer após a infecção, embora existam registros de manifestações em períodos variáveis. Cerca de 50% dos cães infectados não apresentam sinais clínicos, o que dificulta o diagnóstico precoce.
Quando manifestados, os sinais clínicos podem incluir:
- Perda de peso progressiva
- Aumento dos linfonodos (caroços no pescoço, axilas ou virilhas)
- Aumento do fígado e do baço
- Lesões de pele como queda de pelos, feridas e crescimento exagerado das unhas
- Alterações oculares diversas
- Cansaço, apatia e febre intermitente
- Nos casos mais graves, evolução para insuficiência renal crônica
A orientação médica veterinária é que, ao identificar qualquer um desses sinais, os tutores procurem imediatamente atendimento especializado. O diagnóstico pode ser realizado através de exames parasitológicos diretos, testes sorológicos ou testes moleculares (PCR).