Bahia registra 93 casos de raiva animal em 2025; caso em Salvador é descartado
Bahia tem 93 casos de raiva animal em 2025

A Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) descartou, nesta sexta-feira (5), um caso de raiva em um filhote de cachorro que havia testado positivo inicialmente em Salvador. O novo exame realizado pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) apresentou resultado negativo, afastando a doença no animal.

Detalhes do caso descartado em Salvador

O primeiro exame, que indicou a presença do vírus, foi realizado no dia 28 de novembro. Um segundo teste, cuja data exata não foi divulgada, contradisse o diagnóstico inicial, descartando definitivamente a raiva. Com isso, a capital baiana mantém seu status de quase 20 anos sem registros da doença em cães. O último caso confirmado em um cão na cidade ocorreu em 2009, e em um gato, em 2004.

Apesar da negativação do caso, a Prefeitura de Salvador informou que todas as ações de vigilância e prevenção seguem ativas e intensificadas. As medidas incluem:

  • Bloqueio vacinal nas áreas onde o animal circulou;
  • Busca ativa de pessoas e animais com possível exposição;
  • Visitas casa a casa com Agentes de Combate às Endemias;
  • Orientações à população sobre sinais clínicos e condutas seguras;
  • Monitoramento contínuo da circulação viral;
  • Emissão de alerta epidemiológico para unidades de saúde e serviços veterinários.

Panorama da raiva animal na Bahia em 2025

Enquanto um caso é descartado na capital, o estado da Bahia apresenta um cenário preocupante. De janeiro a novembro de 2025, foram registrados 92 casos confirmados de raiva em animais, segundo balanço da Sesab. Com o descarte do caso em Salvador, o total geral no estado chega a 93 registros, considerando todos os casos investigados.

Os animais mais afetados são morcegos (32 casos), bovinos (24) e equinos (19). O mês de fevereiro foi o que teve mais confirmações (14), seguido por janeiro (12) e novembro (10). A circulação do vírus permanece, segundo as autoridades, restrita ao ciclo silvestre, com todos os casos em equinos e bovinos tendo histórico de provável exposição a morcegos.

O número de 92 casos em 2025 já supera os registros dos anos anteriores, representando um crescimento de aproximadamente 95% em relação a 2021, quando foram contabilizados 47 casos. A evolução nos últimos anos foi a seguinte:

  • 2021: 47 casos
  • 2022: 34 casos
  • 2023: 74 casos
  • 2024: 79 casos
  • 2025 (jan-nov): 92 casos

Em humanos, o último caso de raiva na Bahia foi registrado em 2017, no município de Paramirim, no sudoeste do estado, onde a vítima foi infectada por um morcego.

Orientações para prevenção e conduta em situações de risco

A Secretaria de Saúde reforça as medidas essenciais para prevenir a raiva. A vacinação anual de cães e gatos a partir dos três meses de idade é o método mais eficaz. Outras orientações importantes são:

Para prevenção:

  • Evitar contato com morcegos, raposas, saguis ou qualquer animal silvestre, vivo ou morto. Causar danos a esses animais é crime ambiental.
  • Acionar o Centro de Controle de Zoonoses de Salvador pelo telefone (71) 3202-0984 ou 156 ao encontrar animais silvestres em residências.
  • Profissionais que manipulam animais devem manter o esquema de profilaxia pré-exposição atualizado.

Em situação de risco:

  • Pessoas mordidas, arranhadas ou que tiveram contato com saliva de animais suspeitos devem procurar imediatamente um serviço de saúde.
  • Não tocar em morcegos encontrados caídos, mortos ou em comportamento atípico. Acionar a vigilância municipal.
  • Animais domésticos com mudança de comportamento, agressividade súbita, salivação excessiva ou dificuldade motora devem ser avaliados por médico-veterinário, e o caso notificado.

A manutenção das ações de vigilância e a conscientização da população são consideradas fundamentais pelas autoridades para controlar a circulação do vírus e prevenir a transmissão para humanos e animais domésticos.