Sargento e professor do Proerd morre aos 62 anos em Uruaçu
Sargento do Proerd morre aos 62 anos em Goiás

O estado de Goiás perdeu uma de suas figuras mais dedicadas à formação de jovens e ao serviço público. O sargento e professor Ricardo Luiz Bailona Neto, de 62 anos, faleceu na cidade de Uruaçu, no Norte goiano, após sofrer um mal súbito.

Uma vida dedicada ao serviço público

Ricardo Bailona tinha uma trajetória marcante na Polícia Militar, onde ingressou em 1986. Ao longo de sua carreira, atuou em diversas cidades da região norte do estado, construindo uma reputação de profissional comprometido e dedicado.

Segundo informações da família, a suspeita é de que o sargento tenha sofrido um infarto, que levou ao seu falecimento. O velório aconteceu na segunda-feira, 24 de junho, e reuniu familiares, amigos, ex-alunos e colegas de farda.

Paixão pelo Proerd e impacto na comunidade

Um dos capítulos mais significativos da carreira de Bailona foi sua atuação no Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd). Durante aproximadamente 10 anos, ele serviu como professor e instrutor do programa, percorrendo todas as cidades atendidas pelo Batalhão de Uruaçu.

Seu filho, Daniel Antônio de Lima Bailona, estudante de medicina de 28 anos, descreveu o Proerd como a grande paixão do pai: "O PROERD era a paixão do meu pai, a menina dos olhos dele. Foi o trabalho que ele mais amou fazer na vida".

Bailona concentrou suas aulas principalmente para turmas do 5º ano, tornando-se uma referência para centenas de crianças e famílias da região. Sua abordagem em sala de aula deixou marcas profundas nos estudantes.

Legado que permanece vivo

Rayane Almeida Silva Souza, de 28 anos, ex-aluna do programa, compartilhou suas memórias do sargento: "A aula de Proerd era a mais esperada da semana. Ele era carismático, amoroso, divertido. Não era só um professor, era uma referência".

Além do trabalho no Proerd, o sargento acumulou experiência como coordenador administrativo em colégios militares por 10 anos. Recentemente, trabalhava como instrutor de trânsito em uma autoescola, demonstrando sua versatilidade e constante desejo de servir à comunidade.

Nas redes sociais, dezenas de ex-alunos e amigos manifestaram seu luto pela perda. Instituições de ensino e prefeituras também prestaram homenagens ao profissional.

O Colégio Estadual da Polícia Militar de Goiás Prudêncio Ferreira de Faria emitiu nota lamentando a morte e afirmando que Bailona deixa "uma lacuna imensurável" na comunidade escolar. A Prefeitura de Alto Horizonte também homenageou o sargento, que formou dezenas de turmas do Proerd no município.

Daniel Bailona descreveu seu pai como um homem "rígido e extremamente correto", mas também como um "paizão", sempre preocupado com a família e disposto a ajudar quem precisasse. Colegas lembraram sua personalidade única: "Quando ele chegava, o pessoal falava: 'Chegou o Bailona!' Era firme, perfeccionista, mas abraçava forte, beijava todo mundo. Era único".