
O coração da música baiana está um pouco mais pesado hoje. Maria Rita Fernandes, aquela que todos carinhosamente chamavam de Dona Nita, partiu num domingo tranquilo, deixando um vazio impossível de medir. Tinha 89 anos bem vividos - cada um deles cheio de histórias que agora viram saudade.
Quem acompanha Saulo Fernandes sabe: ele não cansava de falar da mãe. Em entrevistas, shows, redes sociais - sempre tinha uma história pra contar sobre aquela mulher forte que o criou praticamente sozinha. Dona Nita era mais que uma mãe; era sua fã número um, sua confidente, seu porto seguro.
O anjo da guarda de um artista
Imagina só: uma mulher criando quatro filhos sozinha, trabalhando como costureira, e ainda assim encontrando forças para apoiar o sonho do caçula de ser músico. Não era fácil, claro. Muitas noites em claro, muitas preocupações, muitas contas pra pagar. Mas ela nunca duvidou do talento do filho.
Saulo sempre contava uma história que define bem essa relação: nos primeiros shows, quando o público era pequeno e o cache mais ainda, Dona Nita estava lá. Na plateia, torcendo, vibrando, acreditando. Não importava se eram dez pessoas ou mil - pra ela, o filho sempre era a maior estrela.
O adeus nas redes sociais
Quando a notícia se espalhou, as redes sociais do cantor viraram um rio de emoção. A mensagem que ele postou não era daquelas formais, cheias de clichês. Era pura, direta do coração: "Minha mãe, meu anjo, minha estrela guia se foi. Obrigado por cada abraço, cada conselho, cada noite em claro cuidando da gente".
Os fãs entenderam na hora a dimensão daquela perda. Os comentários se multiplicaram - mensagens de carinho, histórias de quem teve a sorte de conhecer Dona Nita, lembranças de como ela sempre recebia todo mundo com aquele sorriso aberto típico dos baianos.
Uma vida que inspira
Pensa numa mulher que viu o filho sair dos ensaios na garagem para os palcos lotados. Que acompanhou cada conquista, cada música nova, cada turnê. Dona Nita não era só espectadora - era parte fundamental dessa história toda.
E agora? Agora fica a lembrança dessa matriarca que, mesmo com todas as dificuldades, nunca perdeu a fé nem a força. Que criou não apenas um artista, mas um homem de bem. Que mostrou que por trás de todo grande talento, geralmente tem uma mãe extraordinária.
O velório aconteceu num clima íntimo, só pra família e amigos mais próximos. Gente que realmente conhecia Dona Nita além de ser "a mãe do cantor". Pessoas que lembravam dela nas feiras livres, nas missas de domingo, na porta de casa conversando com os vizinhos.
Salvador perdeu um pedaço da sua alma hoje. Mas ganhou um exemplo de vida que vai continuar inspirando. Porque algumas pessoas partem, mas o amor que plantaram - ah, esse fica pra sempre.