
Quem diria que aqueles jovens libaneses que desembarcaram no Brasil no início do século XX carregavam nas malas não apenas esperança, mas o germe de uma revolução médica que transformaria para sempre o cenário da saúde em Goiás. A história dos Rassi é daquelas que merecem ser contadas e recontadas - um verdadeiro épico familiar.
Monica Rassi, hoje uma das vozes mais respeitadas quando o assunto é saúde no estado, carrega nas veias muito mais do que sangue - carrega um legado. E que legado! Seu pai, Alberto Rassi, não foi apenas um médico. Foi um visionário. Naqueles tempos em que Goiás ainda engatinhava em termos de infraestrutura médica, ele já enxergava décadas à frente.
O Pioneiro que Não Aceitava Limites
Alberto Rassi chegou a Goiânia em 1962 - a cidade mal completava trinta anos, mas ele já via nela o potencial para grandes coisas. Especializou-se em cardiologia, uma área então praticamente inexplorada na região. E não parou por aí. Criou o primeiro serviço de hemodinâmica do estado, um feito e tanto para a época.
Mas o que realmente marcou sua trajetória foi essa coisa meio teimosa de não aceitar o "não dá". Quantas vezes deve ter ouvido que algo era impossível? E quantas vezes provou que não era? O homem simplesmente não conhecia a palavra desistência.
Filhos que Seguem os Passos - Mas com Passo Próprio
Agora vem a parte interessante: Alberto Rassi Jr., o filho. Não é todo mundo que consegue crescer à sombra de um gigante e ainda assim construir sua própria grandeza. Mas ele conseguiu. Seguiu a carreira médica, claro - parece que essa vocação corre no DNA da família - mas trilhou seu caminho.
Especializou-se em oncologia, outra área crucial onde o estado precisava avançar. E o fez com a mesma paixão que viu no pai. É como se a semente plantada por Alberto Sr. tivesse germinado em solo ainda mais fértil.
Mais do que Médicos - Construtores
O que muita gente talvez não perceba é que a contribuição dos Rassi vai muito além dos consultórios e salas de cirurgia. Eles estiveram na linha de frente da criação de hospitais que hoje são referência. Participaram ativamente da formação de novas gerações de médicos. Basicamente, ajudaram a construir o alicerce do que é hoje o sistema de saúde goiano.
Pensa só: quantas vidas foram salvas, quantos tratamentos foram possibilitados por essa infraestrutura que eles ajudaram a erguer? Dá até vertigem de calcular.
Um Nome que Virou Sinônimo
Hoje, falar "Rassi" em Goiás é quase como falar "medicina de qualidade". Monica, seguindo os passos do pai e do irmão, tornou-se uma autoridade no assunto. E carrega esse legado com um orgulho que é quase palpável.
Em entrevistas, ela costuma brincar que cresceu ouvindo histórias de casos clínicos no jantar - enquanto outras crianças ouviam contos de fadas, ela ouvia sobre arritmias e procedimentos cardíacos. Isso moldou não apenas sua carreira, mas sua visão de mundo.
A trajetória dos Rassi é um daqueles casos raros onde uma família inteira consegue, através de gerações, manter vivo um mesmo ideal: o de servir, o de cuidar, o de fazer a diferença. E o mais impressionante? Eles não parecem dispostos a parar tão cedo.
Que venham os próximos capítulos dessa história - porque se depender deles, ainda há muito por escrever.