Imagine a cena: uma sexta-feira comum, mas com um toque extraordinário. Lá estava a Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Maria Ortiz, no bairro Jardim da Penha, em Vitória, transformando o ordinário em memorável. A ideia? Simplesmente genial.
Era o "Dia do Eu Te Amo", uma iniciativa que fez pulsar mais forte o coração da comunidade escolar. A diretora, Edilene Alves de Souza — ou dona Edilene, como preferem os mais próximos — teve um estalo de inspiração. "A gente vive numa correria danada, não é mesmo?", refletiu. "Os pais trabalham, os filhos estudam, e aqueles momentos de afeto ficam esquecidos no corre-corre do dia a dia."
E não é que deu certo? A escola se tornou um palco de declarações. Alunos de todas as idades, do primeiro ao nono ano, foram encorajados a expressar seus sentimentos. Teve abraço apertado, beijo no rosto e muito "te amo" sussurrado — ou gritado, para os mais desinibidos.
Mais Que Palavras: Gestos Que Transformam
O projeto não parou nas meras palavras. Os estudantes criaram cartões coloridos à mão, cada um uma pequena obra de arte carregada de sentimentos. Desenhos de corações, mensagens sinceras e até promessas de ajudar mais em casa — detalhes que fizeram os pais suspirarem.
"Meu filho me deu um cartão e disse que me amava mais que todos os jogos do videogame juntos", contou um pai, visivelmente emocionado. "Confesso que meus olhos até encheram d'água."
O Impacto Nos Bastidores
O que talvez nem todos vejam é o trabalho por trás das cortinas. Professores e coordenadores se mobilizaram para criar um ambiente acolhedor, onde a vulnerabilidade emocional fosse não apenas permitida, mas celebrada. A psicóloga escolar — sim, eles têm uma! — acompanhou todo o processo, garantindo que cada criança se sentisse segura para participar.
E os resultados? Surpreenderam até os mais otimistas. "Vi pais que não conversavam há semanas se abraçando no portão", relatou uma professora. "É incrível como um gesto tão simples pode derreter até as barreiras mais resistentes."
Numa era dominada por telas e distrações digitais, a EMEF Maria Ortiz lembrou a todos de uma verdade essencial: as conexões humanas mais profundas ainda são construídas com gestos simples, presenciais e — por que não? — um pouco desajeitados.
Agora a escola planeja tornar o evento uma tradição anual. Quem sabe não inspira outras instituições pela cidade? Afinal, nunca é demais espalhar um pouco mais de amor pelo mundo — principalmente quando começa na sala de aula.
