Não é de hoje que a gente discute o que é, de fato, uma família. O projeto Cine Farol, em Sorocaba, resolveu botar o dedo na ferida — e de um jeito que só a sétima arte consegue. Na próxima terça-feira, 26 de agosto, a tela se acende com o documentário "As Hiper Mulheres" e, depois das luzes se acenderem, a conversa é que é a atração principal.
O lugar escolhido não podia ser mais apropriado: o auditório do CEU das Mangueiras, um espaço que já viveu de tudo um pouco. A sessão rola a partir das 19h, e o melhor? É totalmente gratuito. Só chegar e se acomodar.
E olha, o filme não é qualquer um. Dirigido por Carlos Fausto, Takumã Kuikuro e Leonardo Sette, ele joga holofote sobre um ritual indígena das mulheres do Alto Xingu — um daqueles que corre sério risco de desaparecer. É emocionante, forte e, convenhamos, dá um nó na nossa cabeça sobre o que a gente imagina ser "tradição".
E depois do filme, o papo reto
Porque ficar só na emoção do cinema é pouco. A ideia do Cine Farol é justamente essa: usar o filme como um estopim para um debate que precisa acontecer. A mediação fica por conta da Juliana Santos, uma mulher que entende do riscado, e a discussão promete esquentar.
Vão falar sobre os novos formatos de família, sobre aqueles laços que a gente escolhe ter — e que muitas vezes são mais fortes que os sanguíneos. É um tema espinhoso, mas necessário. Afinal, quem nunca se sentiu um peixe fora d'água no próprio lar?
O projeto é uma realização da Secretaria da Cultura de Sorocaba (Secult), em parceria com o Ministério da Cultura. Uma daquelas iniciativas que mostram que, com pouco, se faz muito. E que cultura não é só entretenimento: é reflexão, é desconforto, é mudança.
Para quem tá em Sorocaba e região, é uma chance de ouro. Um programa de terça-feira diferente, que pode render muito mais que uma simples ida ao cinema. Quem sabe não saímos de lá com uma cabeça um pouquinho mais aberta?
