
Quem disse que ballet é coisa de jovem? No Rio de Janeiro, um grupo bastante peculiar está virando a página dessa ideia ultrapassada. Toda quarta-feira, algo mágico acontece num estúdio de Copacabana — e não, não são bailarinas mirins se preparando para o palco.
São mulheres com mais de 60 anos, algumas chegando aos 80, que encontraram na dança clássica uma fonte inesgotável de vitalidade. E olha, o que era pra ser apenas uma aula se transformou num fenômeno social de fazer inveja a muitos projetos por aí.
Mais que passos, conquistas
Dona Maria, 72 anos, chegou com medo — "achava que ia quebrar algum osso". Hoje? Executa pliés com uma elegância que muitas jovens gostariam de ter. "Minhas dores nas costas sumiram, conheci amigas maravilhosas e voltei a me sentir viva", conta, com os olhos brilhando.
O projeto, que começou tímido com apenas oito alunas, hoje já atende mais de trinta — e a lista de espera não para de crescer. A professora Carla Mendes, idealizadora da iniciativa, quase não acredita no que criou: "Elas chegam cabisbaixas, com aquela postura curvada dos anos. Em três meses, já andam diferentes, mais eretas, mais confiantes."
Benefícios que vão além do físico
- Memória afiada: Decorar coreografias é um exercício mental e tanto
- Autoestima lá em cima: Ver o corpo capaz de movimentos graciosos muda tudo
- Vida social renovada: As amizades que nascem ali se estendem para fora do estúdio
- Equilíbrio e coordenação: Fundamental para prevenir quedas — problema comum na idade
O sucesso foi tão espontâneo que até os familiares notaram a transformação. "Minha filha diz que pareço outra pessoa", orgulha-se Dona Clara, 68. "Até meu neto adolescente acha legal que a vovó faz ballet!"
E o melhor? Muitas chegaram sem nunca ter calçado uma sapatilha na vida. "Aqui ninguém julga, cada uma no seu ritmo", explica a professora. "O importante é se mover, se divertir, se redescobrir."
Enquanto isso, nas redes sociais, os vídeos das aulas fazem sucesso — mostrando que envelhecer pode ser, sim, um processo cheio de graça e leveza. Quem vê aquelas senhoras dançando com tanta disposição nem imagina os desafios que muitas enfrentaram para chegar até ali.
Que venham mais turmas — e que essa ideia inspire outras cidades! Afinal, idade é apenas um número quando a alma quer dançar.