Campinas registra quarta morte por febre maculosa em 2025; vítima tinha 44 anos
Quarta morte por febre maculosa em Campinas em 2025

A cidade de Campinas, no interior de São Paulo, confirmou nesta terça-feira, 2 de novembro, a quarta morte por febre maculosa registrada no município em 2025. A informação foi divulgada pela Secretaria Municipal de Saúde, que reforça os alertas sobre o período de sazonalidade da doença, que costuma se estender de junho a novembro.

Detalhes do caso fatal

A vítima mais recente é um homem de 44 anos, residente na região do Centro de Saúde Vista Alegre. Os primeiros sintomas apareceram no dia 12 de outubro, e o óbito ocorreu apenas cinco dias depois, em 17 de outubro, após o paciente receber atendimento em um hospital público da cidade.

De acordo com as investigações epidemiológicas, o local provável onde o homem contraiu a infecção foi uma área de mata em outro município do estado de São Paulo. Este dado chama a atenção: entre todos os casos fatais deste ano em Campinas, apenas um teve a metrópole como provável local de infecção, destacando o risco em áreas rurais e de mata em toda a região.

O que é a febre maculosa e como prevenir?

A febre maculosa é uma doença infecciosa grave e potencialmente letal, causada pela bactéria Rickettsia rickettsii. Ela é transmitida pela picada do carrapato-estrela (Amblyomma spp.), comum em áreas de gramado, matas e, especialmente, em locais úmidos próximos a rios, lagos e lagoas.

Os sintomas iniciais podem ser confundidos com os de outras doenças, mas evoluem rapidamente. Conforme o Ministério da Saúde, os principais sinais são:

  • Febre alta e dor de cabeça intensa
  • Náuseas, vômitos, diarreia e dor abdominal
  • Dor muscular constante
  • Inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e solas dos pés
  • Em casos graves, pode levar a gangrena e paralisia respiratória

Ações de prevenção são fundamentais

A Secretaria de Saúde de Campinas informou que realiza ações educativas de forma contínua para alertar tanto profissionais da saúde quanto a população em geral. Entre o início de 2023 e o primeiro semestre de 2025, foram realizadas 364 ações, sendo 62 apenas neste ano.

Para evitar a picada do carrapato-estrela, as autoridades recomendam:

  • Evitar caminhar, sentar ou deitar em gramados e áreas com acúmulo de folhas secas, especialmente à sombra.
  • Preferir áreas pavimentadas para piqueniques, atividades físicas e eventos ao ar livre.
  • Usar roupas claras, que facilitam a visualização do parasita, e aplicar repelente eficaz contra carrapatos na pele e nas roupas.
  • Examinar cuidadosamente o corpo após visitar áreas de risco e tomar banho quente, usando bucha com movimentos circulares.
  • Retirar qualquer carrapato encontrado na pele com cuidado, usando uma pinça, sem esmagá-lo, e lavar o local com água e sabão.

É importante ressaltar que, embora o carrapato comum de cachorro não seja o transmissor, pets que frequentam áreas de risco podem trazer o carrapato-estrela para dentro de casa, aumentando o perigo de contato humano.

Com a confirmação deste quarto óbito, a vigilância em saúde se intensifica. A população deve redobrar a atenção durante o período de sazonalidade, que segue até o final de novembro, e procurar atendimento médico imediato ao apresentar os primeiros sintomas, especialmente se teve exposição a áreas de mata.