Etiópia confirma 1º surto de vírus Marburg com 3 mortes e 17 casos
Etiópia tem 1º surto de vírus Marburg com 3 mortes

O Ministério da Saúde da Etiópia anunciou nesta segunda-feira, 17 de novembro de 2025, a confirmação do primeiro surto do vírus Marburg no país, uma doença considerada prima do Ebola e com taxa de letalidade que pode alcançar até 88%.

Até o momento, foram registrados 17 casos da infecção, sendo três mortes confirmadas em laboratório e outros três óbitos relatados após o aparecimento de sintomas característicos da doença.

Detalhes do surto e resposta imediata

Em declaração à imprensa, a ministra da Saúde Mekdes Daba informou que os casos ocorreram na cidade de Jinka, localizada no sul da Etiópia. Como medida de contenção, 129 pessoas que tiveram contato com casos suspeitos foram colocadas em quarentena para monitoramento.

"Estamos trabalhando intensamente para controlar o surto e proteger nossa comunidade", declarou a ministra, acrescentando que o governo aumentou a capacidade de análise com o envio de um laboratório móvel para a região afetada.

Resposta internacional e características da doença

O escritório da Organização Mundial da Saúde (OMS) no continente africano confirmou que já mobilizou uma equipe de profissionais especializados em resposta a surtos de febre hemorrágica viral, juntamente com suprimentos e equipamentos médicos essenciais.

Testes genéticos realizados pelo Instituto de Saúde Pública da Etiópia identificaram que a cepa em circulação é a mesma relatada em surtos anteriores em outros países da África Oriental. O continente africano já registrou episódios da doença em:

  • Angola
  • República Democrática do Congo
  • Gana
  • Quênia
  • Guiné Equatorial
  • Ruanda
  • África do Sul
  • Tanzânia
  • Uganda

O que é o vírus Marburg e como se transmite

A doença do vírus Marburg é uma infecção grave e frequentemente fatal, transmitida originalmente por morcegos que se alimentam de frutas. A transmissão entre humanos ocorre através de fluidos corporais como sangue e secreções, além de materiais contaminados, incluindo roupas de cama.

O período de incubação varia de dois a 21 dias, com sintomas de início abrupto que incluem:

  • Febre alta
  • Dor de cabeça intensa
  • Mal-estar e dores musculares
  • Cólicas e diarreia aquosa
  • Vômito e erupções na pele

Após aproximadamente cinco dias, os pacientes podem começar a apresentar sangramentos fortes no nariz, gengivas, vômito e fezes. A morte ocorre normalmente depois de oito a nove dias do início dos sintomas, devido a episódios de hemorragia severa.

Tratamento e perspectivas

Embora não existam vacinas ou tratamentos específicos para a doença, a OMS ressalta que o acesso precoce a cuidados de suporte pode melhorar significativamente as chances de sobrevivência.

"O acesso precoce a tratamento e cuidados de suporte - reidratação com fluidos orais ou intravenosos - e o tratamento de sintomas específicos melhoram a sobrevida", explica o escritório da OMS na África.

As autoridades de saúde continuam monitorando a situação de perto enquanto implementam medidas para conter a disseminação do vírus e proteger as comunidades afetadas.