
Parece que o calor não foi o único a esquentar a Paraíba neste começo de ano. Enquanto alguns reclamavam do termômetro subindo, um inimigo silencioso — e bem menor — estava fazendo a festa: o mosquito da dengue. E olha que a brincadeira saiu cara.
Dados oficiais mostram que, só nos primeiros seis meses de 2025, o estado já registrou mais de 5 mil casos da doença. Três pessoas não resistiram — vítimas da forma grave da infecção. Números que deixam qualquer um com a pulga atrás da orelha.
O que está acontecendo?
"É uma tempestade perfeita", diz a infectologista Mariana Albuquerque, enquanto ajusta os óculos com aquela cara de preocupação que só médico experiente tem. "Chuvas irregulares, calor persistente e — vamos combinar — uma certa relaxa na prevenção."
Os bairros mais afetados? Ah, os de sempre. Lugares onde:
- O lixo fica esperando coleta por dias
- Pneus velhos viram piscina gourmet para mosquito
- E a vistoria semanal em casa? "Depois eu faço"
Não é à toa que a Secretaria de Saúde está com os cabelos em pé. "Estamos reforçando as equipes de campo", garante o secretário adjunto, enquanto eu noto um suor frio na sua testa — e não era do calor.
Sinais para correr (literalmente) ao médico:
- Febre alta que não passa com nada
- Dor atrás dos olhos que parece facada
- Manchas vermelhas pelo corpo todo
- Vômito persistente (aquele que não dá trégua)
E se você acha que já teve dengue antes e está "imune", tenho más notícias. A médica que me atendeu soltou um "é justamente quem já pegou que pode ter a forma mais grave". Assustador? Um pouco. Mas melhor saber agora do que chorar depois.
Enquanto isso, nos postos de saúde, a fila não anda. "Tá demorando porque tão fazendo exame em todo mundo", explica uma enfermeira, esfregando as mãos cansadas. A boa notícia? Os casos graves estão sendo priorizados. A má? A demanda tá nas alturas.
Ah, e antes que eu me esqueça: aquela velha história de que só água parada transmite? Mentira deslavada. Qualquer recipiente que acumule um pouquinho — e digo um pouquinho mesmo — já serve de criadouro. Até a tampinha de refrigerante que você jogou no quintal semana passada.
No fim das contas, a receita é velha conhecida, mas parece que a gente insiste em não decorar:
- Vistorie sua casa como se fosse um detetive atrás de pistas
- Use repelente como se fosse perfume caro
- E, pelo amor de São Jorge, se sentir os sintomas, não fique em casa tomando chazinho
Porque dengue, meus amigos, não é brincadeira. E os números desse ano estão aí pra provar.