A região de Campinas, no interior de São Paulo, enfrenta um crescimento significativo nos casos de conjuntivite em 2025. Dados da Secretaria de Estado da Saúde, obtidos pela EPTV, afiliada da TV Globo, revelam um aumento de 27% nas notificações da doença em comparação com todo o ano de 2024.
Números do surto em Campinas
Os registros oficiais mostram uma situação preocupante. Enquanto em todo o período de janeiro a dezembro de 2024 foram contabilizadas 1,6 mil notificações de investigação de surto, apenas nos onze primeiros meses de 2025 (de janeiro a novembro) esse número já saltou para 2,1 mil notificações. Isso significa que, em menos de um ano, o total de casos investigados já superou em mais de um quarto o registrado nos doze meses anteriores.
Francisco Crestana, representante da Secretaria de Estado da Saúde, atribui esse aumento sazonal à chegada do verão e do período chuvoso. "Um surto pode acontecer em qualquer lugar. Um hospital pode ter um surto de uma doença, a comunidade pode ter um surto de uma doença, quando ela aumenta muito a quantidade de notificações", explicou. Segundo ele, essa época do ano é propícia para o surgimento da forma viral da conjuntivite.
O que é a conjuntivite e como identificar
A doença é uma inflamação da conjuntiva, membrana transparente que reveste a parte branca do olho (globo ocular) e o interior das pálpebras. O oftalmologista Leôncio Queiroz Neto alerta para a importância do diagnóstico correto. "O melhor é sempre procurar a ajuda do oftalmologista. Primeiro, para a gente identificar se realmente estamos diante de uma conjuntivite viral ou bacteriana. Os tratamentos são distintos", afirma.
O médico ressalta que a versão viral da doença pode ser mais duradoura e trazer complicações. "Muitas vezes, a conjuntivite viral é mais perene, demora mais, e pode trazer algumas repercussões, inclusive para a córnea e alterações visuais". Os sintomas geralmente persistem de uma a duas semanas.
Os sinais da conjuntivite podem variar conforme a causa (viral, bacteriana ou alérgica), mas os principais incluem:
- Olhos vermelhos: o sintoma mais característico.
- Coceira: especialmente frequente na conjuntivite alérgica.
- Sensação de areia ou corpo estranho: desconforto nos olhos.
- Lacrimejamento excessivo: como resposta à irritação.
- Inchaço das pálpebras: que podem ficar com sensação de peso.
Cuidados e prevenção para evitar o contágio
Diante do surto, a recomendação das autoridades e especialistas é redobrar os cuidados com a higiene, principalmente em locais de grande aglomeração. Academias, por exemplo, são ambientes que exigem atenção. O gerente de academia Alexandre Ramos dá a dica: "O contágio acaba se a gente fizer a higienização logo antes de usar o equipamento ou após usar o equipamento. Acabou o problema".
A medida básica e mais eficaz para prevenir a disseminação da conjuntivite, especialmente a viral, é a lavagem frequente das mãos com água e sabão ou uso de álcool em gel. Evitar coçar os olhos, não compartilhar toalhas, lenços, maquiagem ou qualquer item que tenha contato com a região ocular também são práticas essenciais.
O cenário em Campinas serve de alerta para a população da região e destaca a necessidade de procurar atendimento médico especializado ao primeiro sinal dos sintomas, garantindo o tratamento adequado e ajudando a conter a propagação da doença.