A situação é grave, e não estou exagerando. O Brasil está praticamente de mãos atadas quando o assunto é intoxicação por metanol. Parece coisa de filme, mas é a pura realidade: nosso país não tem estoque suficiente daquele remédio que pode salvar vidas em casos de envenenamento por álcool metílico.
E olha que isso não é algo raro, não. Todo ano, centenas de pessoas precisam desse tratamento emergencial. Sabe aquele álcool que compramos pra limpeza? Pois é, quando ingerido acidentalmente ou não, vira uma bomba-relógio no organismo.
O que acontece quando falta o antídoto?
É desesperador. Os médicos ficam numa saia justa, tendo que improvisar tratamentos que nem sempre funcionam. A verdade é que sem o fomepizol — esse é o nome técnico do remédio — as chances de alguém sobreviver a uma intoxicação grave caem drasticamente.
Já pensou? Você ou alguém da sua família precisa urgentemente de um medicamento que simplesmente não existe em quantidade suficiente no país. É de arrepiar.
Por que chegamos a essa situação?
Bom, aí a coisa complica. O problema é que produzir esse antídoto não é barato, e como os casos são esporádicos — graças a Deus — as farmacêuticas não veem muito lucro em manter grandes estoques. Só que quando acontece um surto, como já ocorreu em alguns estados, o pânico se instala.
E não adianta pensar em importar correndo. Esses processos demoram, e intoxicação por metanol é coisa séria — a pessoa pode morrer em poucas horas se não for tratada adequadamente.
O que me deixa realmente preocupado é que isso reflete um problema maior na nossa saúde pública. Estamos sempre apagando incêndio, nunca prevenindo. E no caso do metanol, a prevenção seria tão simples: educação sobre os perigos e controle mais rígido na venda desses produtos.
Enquanto isso, hospitais pelo Brasil afora seguem na corda bamba, torcendo para não acontecer nenhum acidente em larga escala. Porque se acontecer, meu amigo, vai ser uma tragédia anunciada.
