Leme registra 3ª morte por febre maculosa após churrasco
3ª morte por febre maculosa em Leme (SP)

Terceira vítima fatal da doença em Leme

A cidade de Leme, no interior de São Paulo, confirmou nesta terça-feira (18) a terceira morte por febre maculosa neste ano. A vítima é um homem de 58 anos que faleceu no dia 30 de outubro após ser infectado pelo carrapato-estrela.

Segundo informações da família, o homem residia em Leme, mas contraiu a doença durante um churrasco na cidade vizinha de Santa Cruz da Conceição. A esposa da vítima relatou ter encontrado 11 carrapatos no corpo do marido e também no próprio corpo.

Outras vítimas e alerta sanitário

Esta é a terceira morte registrada no município em 2023. As outras vítimas foram uma criança de 9 anos, que morreu em 12 de outubro, e um homem de 44 anos, que faleceu em julho.

A Prefeitura de Leme emitiu um alerta sobre a doença e está realizando monitoramento nas áreas consideradas de risco, que receberam sinalização específica.

Alexandre dos Santos Leme, agente de controle de endemias, explicou que a população precisa redobrar os cuidados: "A gente vem alertando sobre a entrada em áreas como corredor ecológico. Tem placas indicativas. A entrada neste tipo de área, que é endêmica, é onde tem carrapato, é natural. Mas tem que ser feita a prevenção".

Como se prevenir e sintomas da doença

O carrapato-estrela é encontrado naturalmente em gramados e matas, especialmente em áreas próximas a rios, lagos e locais com presença de animais como cavalos, bois e capivaras.

Os especialistas recomendam:

  • Evitar caminhar, sentar e deitar na grama e em locais com acúmulo de folhas secas
  • Usar roupas claras para facilitar a visualização dos carrapatos
  • Utilizar repelente com eficiência comprovada contra carrapatos
  • Fazer vistoria no corpo após visitar áreas de risco

Os sintomas da febre maculosa podem aparecer de 2 a 7 dias após a infecção e incluem:

  • Febre alta
  • Dor de cabeça intensa
  • Náuseas e vômitos
  • Manchas vermelhas pelo corpo
  • Mal-estar geral

José Ricardo Varzone, chefe do Núcleo de Zoonoses, orienta que em caso de encontrar um carrapato no corpo, a remoção deve ser feita com pinça, girando o animal e retirando com cuidado. "Retirar não quer dizer que está impedido da doença ser transmitida. Até 4 horas é mais interessante tirar, que o risco da infecção ele é menor", explicou.

O diagnóstico rápido é fundamental para o sucesso do tratamento, que deve ser iniciado preferencialmente nos primeiros cinco dias com o antibiótico específico doxiciclina.