
Quem disse que a vida profissional termina aos 60? No Brasil, essa faixa etária está virando o novo "must have" do mercado. Os números são eloqüentes — e surpreendentes até para os especialistas mais antenados.
Os números que desafiam estereótipos
De 2012 pra cá, o contingente de trabalhadores na casa dos 60+ cresceu nada menos que 68,9%. Isso mesmo: quase 70%! Enquanto isso, os jovens entre 18 e 24 anos perderam espaço — queda de 26,3%. Uma inversão que diz muito sobre nossa sociedade.
"É como assistir a um terremoto silencioso no mercado de trabalho", comenta um economista que prefere não se identificar. E os tremores não param por aí.
Por que tanta gente 60+ está trabalhando?
- Fator necessidade: Com a reforma da previdência, muitos precisam complementar a renda
- Vida mais longa: Saúde melhor permite trabalhar por mais tempo
- Mudança cultural: Aposentadoria já não é mais sinônimo de "parar"
- Valorização da experiência: Empresas descobrem o valor dos profissionais maduros
Mas nem tudo são flores. A informalidade entre os 60+ é alarmante — 44,4% trabalham sem carteira assinada. "É o retrato de um país que ainda não se adaptou completamente a essa nova realidade", analisa uma pesquisadora do IBGE.
O lado B da história
Enquanto isso, os jovens enfrentam o desemprego recorde. Será que estamos diante de uma competição geracional? Especialistas discordam. "Não é um jogo de soma zero", defende um sociólogo. "O mercado pode — e deve — absorver todos."
Mas convenhamos: com a economia indo de mal a pior, a concorrência tá acirrada pra todo mundo. E os mais velhos, muitas vezes com redes de contatos sólidas e experiência de sobra, levam vantagem em vários setores.
Uma coisa é certa: o Brasil está envelhecendo — e o mercado de trabalho precisa se reinventar pra acompanhar esse novo ritmo. Resta saber se as empresas estão preparadas para essa revolução prateada.