Nomes raros: histórias por trás dos que não entraram na lista do IBGE
Nomes tão raros que não aparecem na lista do IBGE

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou recentemente a lista de nomes e sobrenomes mais comuns no Brasil, baseada nos dados do Censo de 2022. No entanto, alguns nomes ficaram de fora por serem extremamente raros - aqueles utilizados por menos de 20 pessoas em todo o país.

Os nomes que não entraram na lista oficial

O IBGE não informou quantos nomes foram excluídos por conta da regra de sigilo estatístico, mas entre eles estão Rolanda, Táthner, Delinir, Junian, Thaõa, Ariolan, Milvon, Naziara, Kraucer e Morrisson. Cada um desses nomes carrega uma história familiar única que explica sua origem incomum.

Rolanda Costa, do Rio de Janeiro, explica que seu nome é uma tradição familiar. "É um nome tradicional de família. Meu bisavô era Rolando, meu avô Rolando e meu pai Rolando", conta ela, mostrando como a variação feminina manteve viva a homenagem aos antepassados.

Histórias curiosas por trás dos nomes

Milvon Júnior, de Campinas, carrega não apenas um nome raro, mas também o "Júnior" porque seu pai também se chama Milvon. A origem remonta ao avô Milton, que batizou o primeiro filho com o próprio nome e buscou um nome semelhante para o segundo, escolhendo Milvon. "Mas eu prometo, esse nome não vai continuar", brinca o herdeiro dessa tradição familiar.

Junian Freitas, de Ponta Grossa (PR), tem um nome que nasceu da vontade de sua mãe em manter a semelhança com o do irmão mais velho, que se chama Edilson Júnior. Aos 30 anos, ele representa essa escolha familiar que o acompanha por toda vida.

Acidentes e inspirações inusitadas

Uma das histórias mais curiosas é a de Delinir Padilha, de Contenda (PR). "A origem do meu nome, contava minha mãe, é que meu pai tinha esquecido. Era para ser Débora", revela a mulher de 37 anos. Ela ainda brinca com as correções automáticas: "Até mesmo o Google me corrige: 'Você quis dizer DEFINIR'".

Thátner Gomes, de Belo Horizonte, tem um nome que surgiu de forma inesperada. "Meu pai ouviu na televisão, achou bonito, diferente, foi direto para o cartório registrar e escreveu do jeito que ouviu", conta o jovem de 26 anos.

Morrisson Mazzucco, de Brasília, carrega um nome que homenageia não o famoso cantor Jim Morrison, mas sim a cidade de Morrison, na província de Córdoba, Argentina, onde seu pai estudou em um seminário.

Kraucer Fernandes, natural de Orleans (SC) e morador de Brasília, ainda busca respostas sobre a origem de seu nome. "Eu perguntei para os meus pais e eles me falaram que seria um vizinho com nome parecido, mas até hoje não encontrei ninguém com o nome igual o meu".

Naziara Santos, de Aracaju (SE), tem um nome que homenageia diretamente o pai, Nazian, mantendo viva a tradição familiar de forma criativa.

Algumas origens permanecem envoltas em mistério. Thaoã Barbosa, do Rio de Janeiro, conta que "segundo minha mãe, quer dizer filho da lua, mas ela não lembra bem de onde veio esse nome". Curiosamente, ele é casado com Rhanda Santos, cujo nome consta na base do IBGE - há 22 Rhandas no país. "Minha mãe entendeu Rhanda, mas era Hanna, igual a Hanna Montana. E ela botou com RH, do jeitinho brasileiro de nomear os filhos."

Similarmente, Ariolan, advogado de 47 anos natural de Caicó (RN), desconhece a origem exata de seu nome. "A origem desse nome eu não sei ao certo, só sei que minha mãe decidiu que iria me batizar de Ariolan e assim o fez".

Essas histórias mostram a riqueza da diversidade cultural brasileira quando o assunto é a escolha de nomes, revelando como tradições familiares, acidentes felizes e inspirações do cotidiano podem resultar em identidades únicas que marcam presença na sociedade.