Maria é o nome mais popular do Brasil: 12,3 milhões de registros
Maria: nome mais popular do Brasil com 12,3 milhões

O nome Maria continua sendo o mais popular no Brasil, segundo dados recentes divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A pesquisa baseada no Censo Demográfico de 2022 revela que impressionantes 12,3 milhões de pessoas carregam esse nome tradicional, o que representa 6,05% da população brasileira.

As Marias que fizeram história no Brasil

Inspirada pelos números do IBGE, a coluna GENTE reuniu cinco mulheres chamadas Maria que deixaram marcas profundas na história e cultura do país. Essas personalidades demonstraram como um nome comum pode estar associado a trajetórias extraordinárias.

Pioneiras e revolucionárias

Maria Quitéria de Jesus (1792-1853) se tornou a primeira mulher a integrar as Forças Armadas brasileiras. Nascida na Bahia, ela precisou se disfarçar de homem, adotando o nome "Soldado Medeiros", para poder lutar contra as tropas portuguesas durante a Independência do Brasil em 1822. Sua coragem e habilidade com armas foram reconhecidas pelo imperador Dom Pedro I, que a condecorou com a insígnia de "cavaleiro" da Ordem Imperial do Cruzeiro.

Maria Bonita (1911-1938), cujo nome verdadeiro era Maria Gomes de Oliveira, entrou para a história como a primeira mulher a participar de um grupo de cangaceiros. Companheira de Lampião, ela quebrou padrões de gênero no sertão nordestino em uma época de rígidas limitações para as mulheres. Seu apelido póstumo a transformou em figura icônica da cultura popular.

Legados que permanecem vivos

Maria Lenk (1915-2007) fez história como a primeira mulher sul-americana a competir em uma Olimpíada, nos Jogos de Los Angeles de 1932. A nadadora foi pioneira não apenas no Brasil, mas no mundo todo, criando técnicas inovadoras como o nado borboleta. Após sua brilhante carreira esportiva, dedicou-se ao ensino, tornando-se professora e co-fundadora da Faculdade de Educação Física da Universidade do Brasil, atual UFRJ.

Maria da Penha transformou sua tragédia pessoal em um legado de proteção para todas as mulheres brasileiras. Após sobreviver a duas tentativas de feminicídio cometidas pelo ex-marido, que a deixaram paraplégica, sua luta resultou na criação da Lei Maria da Penha em 2006. Hoje, aos 80 anos, ela é reconhecida internacionalmente como referência em direitos humanos.

Maria Bethânia, irmã de Caetano Veloso, construiu uma das carreiras mais sólidas da música popular brasileira. Com mais de 50 álbuns lançados ao longo de cinco décadas, a cantora baiana de 79 anos é considerada uma das maiores intérpretes do país, tendo sido eleita a quinta maior voz da música brasileira em 2012.

Um nome, múltiplas histórias

Os dados do IBGE comprovam a preferência nacional pelo nome Maria, enquanto as trajetórias dessas cinco mulheres demonstram a diversidade de significados que um mesmo nome pode carregar. Desde heroínas históricas até ícones contemporâneos, essas Marias representam diferentes facetas da identidade brasileira, provando que um nome comum pode esconder destinos extraordinários.

A popularidade do nome Maria reflete não apenas tradição familiar, mas também a força dessas personalidades que, cada uma em sua área, contribuíram para moldar o Brasil que conhecemos hoje.