O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta sexta-feira (5), um retrato detalhado das condições urbanísticas das principais favelas e comunidades de Minas Gerais. As informações, coletadas durante o Censo Demográfico de 2022, revelam com clareza as disparidades existentes entre o interior desses aglomerados e as áreas formais das cidades.
População e distribuição nas favelas mineiras
De acordo com o levantamento, 739.932 pessoas residiam em favelas e comunidades urbanas de Minas Gerais em 2022. Essa população estava distribuída em 255.520 domicílios particulares permanentes ocupados, além de 528 improvisados e 28 coletivos. A capital Belo Horizonte se destaca como o município com maior concentração: abriga 218 das 653 comunidades do estado, o que representa 33,4% do total. Nesses locais, viviam 307.729 pessoas, equivalente a 41,6% de todos os moradores de favelas em Minas.
Outras cidades também apresentam números significativos de residentes nessas áreas:
- Betim: 54.009 moradores
- Contagem: 46.791 moradores
- Ribeirão das Neves: 33.034 moradores
- Uberlândia: 32.033 moradores
- Ibirité: 29.426 moradores
- Ipatinga: 26.718 moradores
- Coronel Fabriciano: 21.313 moradores
- Montes Claros: 18.078 moradores
- Juiz de Fora: 16.728 moradores
Infraestrutura urbana: o que foi avaliado
A pesquisa, chamada de Pesquisa Urbanística do Entorno dos Domicílios, investigou a presença de dez itens de infraestrutura e serviço público nas vias dessas localidades. Os quesitos analisados foram:
- Iluminação pública
- Capacidade de circulação da via
- Existência de calçada
- Pavimentação
- Rampa para cadeirantes
- Bueiro ou boca de lobo
- Arborização
- Obstáculo na calçada
- Via sinalizada para bicicletas
- Ponto de ônibus
Para o IBGE, esse recorte específico é fundamental, pois permite que governos federal, estaduais e municipais direcionem esforços e políticas públicas para territórios com demandas específicas, promovendo uma redução das desigualdades urbanas.
As maiores comunidades do estado
O estudo também listou as dez maiores favelas ou comunidades urbanas de Minas Gerais em termos populacionais, segundo os dados de 2022:
1. Santo Antônio/Jardim Terezópolis (Betim): 19.442 moradores
2. Cabana do Pai Tomás (Belo Horizonte): 14.704 moradores
3. Conjunto Taquaril (Belo Horizonte): 14.019 moradores
4. Integração (Uberlândia): 13.155 moradores
5. Alto Vera Cruz (Belo Horizonte): 12.408 moradores
6. Citrolândia (Betim): 10.340 moradores
7. Vila Vista Alegre (Belo Horizonte): 9.867 moradores
8. Nossa Senhora de Fátima (Belo Horizonte): 9.461 moradores
9. Vila Ideal (Ibirité): 9.061 moradores
10. Vila Primavera (Ibirité): 7.133 moradores
Um dado importante destacado pelo IBGE é a configuração do Aglomerado da Serra, em Belo Horizonte. Ele é considerado um conjunto de nove comunidades urbanas, que somavam 36.304 residentes no período da pesquisa. Esse aglomerado inclui as comunidades Nossa Senhora de Fátima, Nossa Senhora da Conceição, Marçola, Nossa Senhora da Aparecida, Vila Novo São Lucas, Fazendinha, Santana do Cafezal, Pomar do Cafezal e Rua Teodomiro Cruz.
A divulgação desses dados representa um instrumento valioso para o planejamento urbano e social. Ao mapear com precisão não apenas a população, mas também as carências de infraestrutura básica, o Censo 2022 fornece um diagnóstico essencial para ações que visam melhorar a qualidade de vida nessas comunidades e promover a inclusão urbana em Minas Gerais.