Mulheres no comando: pesquisa revela que maioria dos lares brasileiros tem liderança feminina
Mulheres chefiam maioria dos lares brasileiros

Não é novidade que o papel da mulher na sociedade vem se transformando — mas os números agora comprovam essa revolução silenciosa. Uma pesquisa recém-divulgada jogou luz sobre um dado que, pra muita gente, pode até parecer óbvio, mas que ainda causa espanto quando visto em gráficos: a maioria absoluta dos lares brasileiros tem uma mulher no comando.

E não estamos falando de uma vantagem pequena, não. O estudo aponta que 52,3% das famílias do país são chefiadas por elas — um salto e tanto se comparado aos 40% registrados há pouco mais de uma década. Quem diria, hein?

O retrato por trás dos números

Detalhe curioso: essa mudança não veio sozinha. Junto com ela, vieram transformações profundas no perfil dessas mulheres que estão segurando as pontas — e muitas vezes, sozinhas. Dá só uma olhada:

  • A faixa etária predominante? Entre 30 e 49 anos — justamente quando muitas estão no auge profissional e, ao mesmo tempo, lidando com filhos pequenos
  • Quase metade (46%) se declara preta ou parda
  • E pasme: 58% delas sustentam a casa sem a presença de um cônjuge

"É como se a gente estivesse vendo em câmera lenta uma mudança que já vinha acontecendo nas cozinhas, nos quartos e nas salas de estar do país inteiro", comenta uma especialista em estudos de gênero que preferiu não se identificar. Ela tem razão — os números só confirmam o que os olhos já viam.

Não é só sobre gênero

Aqui vai um dado que pode surpreender: essa virada não se deve apenas a conquistas feministas ou mudanças culturais. A crise econômica dos últimos anos deu uma "mãozinha" involuntária nesse processo. Com o desemprego atingindo mais os homens (especialmente em setores como construção civil), muitas mulheres tiveram que assumir as rédeas — literalmente — da situação.

Mas calma, não é só sobre necessidade não. Tem muito orgulho nessa história. "Quando meu marido perdeu o emprego, foi difícil no começo", conta Maria, 37 anos, que pediu pra não revelar o sobrenome. "Mas hoje? Nem me imagino de volta àquele papel de só cuidar da casa. Descobri que sou boa nisso de administrar tudo."

Os desafios por trás do poder

Claro que nem tudo são flores. Ser a principal — e muitas vezes única — provedora da família vem com um pacote de desafios que poucos discutem:

  1. Dupla (ou tripla) jornada: Trabalho fora + casa + filhos = exaustão garantida
  2. Salários menores: Mesmo no comando, elas ainda ganham em média 20% menos que eles
  3. Pressão social: "Mãe que é mãe tem que estar presente" — como se cuidar do sustento não fosse parte do cuidado

E tem mais: os especialistas alertam que essa mudança ainda não veio acompanhada de uma revolução igual nos serviços públicos e no mercado de trabalho. "As políticas de apoio às famílias continuam pensadas para um modelo que já não existe", critica uma pesquisadora do IBGE.

No fim das contas, os números mostram uma realidade que já vivíamos — mas que agora está registrada em pesquisa. E você? Já tinha percebido essa mudança ao seu redor?