Mestre Moo Shong Woo, pioneiro do Tai Chi Chuan no DF, morre aos 93 anos
Mestre do Tai Chi Chuan, Moo Shong Woo morre em Brasília

A capital federal perdeu uma de suas figuras mais emblemáticas da cultura e do bem-estar. Moo Shong Woo, mestre pioneiro do Tai Chi Chuan no Distrito Federal, faleceu aos 93 anos, neste sábado (6), vítima de um infarto.

Uma despedida serena

O velório e sepultamento do Mestre Woo estão marcados para este domingo (7), a partir das 13h30, no Cemitério Campo da Esperança, localizado na Asa Sul. Em nota, a família descreveu o momento com serenidade, refletindo a filosofia de vida do mestre. "Sua passagem ocorreu de maneira serena, seguindo ao infarto que o acometeu. A família esteve ao seu lado até o último instante, honrando a tranquilidade com que sempre conduziu seus passos", afirmaram os familiares.

Legado na Praça da Harmonia Tradicional

Por mais de cinco décadas, Moo Shong Woo transformou a paisagem urbana de Brasília. Ele fez da entrequadra 104/105 da Asa Norte, na Praça da Harmonia Tradicional, um ponto de encontro e aprendizado para a prática do Tai Chi Chuan e do Being Tao. Essas disciplinas, conhecidas como "meditação em movimento", são reconhecidas por promoverem equilíbrio, fortalecimento corporal, correção postural e flexibilidade.

Sua dedicação à comunidade foi oficialmente reconhecida em outubro de 2025, quando recebeu a Medalha Mérito Líder Comunitário do Distrito Federal, uma honraria que celebra seu impacto social e cultural na capital.

Trajetória: de Taiwan ao coração do Brasil

Nascido em 3 de março de 1932, em Chiayi, Taiwan, Moo Shong Woo chegou ao Brasil em março de 1961. Passou por Minas Gerais e São Paulo antes de se estabelecer definitivamente em Brasília em 1968, apenas alguns anos após a inauguração da nova capital.

Sua mudança para a cidade coincidiu com um período de formação da identidade cultural brasiliense, e o mestre contribuiu ativamente para isso, introduzindo práticas milenares de saúde e autoconhecimento no cotidiano dos moradores. Sua história se confunde com a da própria cidade, tornando-o um verdadeiro patrimônio vivo, agora eternizado em sua memória.

O espaço que ele criou na Asa Norte completou 44 anos de atividades, consolidando-se como um local sagrado para gerações de praticantes que buscaram, sob sua orientação, harmonia entre corpo e mente.