HC Ribeirão Preto inicia segunda etapa de separação de gêmeas siamesas
Segunda etapa de separação de gêmeas siamesas no HC

Neste sábado (8), uma equipe médica do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (SP) deu início à segunda etapa do complexo procedimento de separação das gêmeas siamesas Heloísa e Helena, nascidas unidas pela cabeça. As irmãs, naturais de São José dos Campos (SP), têm atualmente 1 ano e dez meses de idade.

Detalhes do procedimento cirúrgico

A cirurgia começou às 7h da manhã e a previsão é que seja concluída em aproximadamente oito horas de trabalho ininterrupto. Este é apenas o segundo de cinco procedimentos planejados que devem se estender até o segundo semestre de 2026.

O planejamento cirúrgico, iniciado em 2024, utiliza tecnologias avançadas como modelos tridimensionais e realidade aumentada, metodologia consolidada pelos médicos da USP nos últimos anos. O processo completo envolve cinco fases espaçadas por vários meses.

Estratégia cirúrgica e equipe envolvida

Nas quatro primeiras etapas, o foco principal está na separação progressiva de tecidos, vasos sanguíneos e estruturas cerebrais que unem os crânios das gêmeas. Na quarta fase, os médicos também realizam a inserção de enxertos ósseos e expansores de pele, preparando o terreno para a cirurgia plástica final.

Mais de 40 profissionais de diversas especialidades participam do procedimento, incluindo neurocirurgiões, pediatras e cirurgiões plásticos. A equipe está sob o comando do professor Jayme Farina Junior, responsável por coordenar toda a operação.

Histórico de casos no HC Ribeirão Preto

Este já é o terceiro caso de separação de gêmeas siamesas tratado pelo hospital de Ribeirão Preto em sete anos, consolidando a instituição como referência nacional nesta área médica especializada.

Em 2018, os médicos do HC realizaram com sucesso a separação de Maria Ysabelle e Maria Ysadora, do Ceará. As meninas, então com 2 anos de idade, passaram por cinco procedimentos inéditos no Brasil antes da separação definitiva. A família retornou ao estado de origem em março de 2019.

O segundo caso foi o das gêmeas Alana e Mariah, nascidas em Ribeirão Preto, mas criadas em Piquerobi (SP). Elas foram completamente separadas em agosto de 2023, em um procedimento final que durou impressionantes 25 horas consecutivas.

A primeira etapa da separação de Heloísa e Helena ocorreu em 23 de agosto e também teve duração de aproximadamente oito horas. O sucesso desses procedimentos anteriores dá esperança para o atual caso, demonstrando a expertise e capacidade técnica da equipe médica do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto.