HC Ribeirão Preto conclui 2ª etapa de separação de gêmeas siamesas
2ª etapa de separação de gêmeas siamesas concluída

O Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto concluiu com sucesso a segunda etapa da complexa cirurgia de separação das gêmeas siamesas Heloísa e Helena. O procedimento, realizado neste sábado (8), durou aproximadamente dez horas e contou com uma equipe multidisciplinar de 50 profissionais de saúde.

Detalhes da cirurgia

As irmãs, que completaram 1 ano e 10 meses de idade, nasceram em São José dos Campos e estão sendo tratadas no Centro de Neurocirurgia Pediátrica e Cirurgia Plástica do hospital. Sob o comando do Professor Jayme Farina Junior, a equipe médica trabalhou na separação dos tecidos, vasos sanguíneos e estruturas que unem os crânios e cérebros das pacientes.

De acordo com boletim médico divulgado pelo HC, o estado de saúde das meninas é estável. "As gêmeas já estão acordadas e seguem para cuidados na Unidade de Terapia Intensiva Pedirica do HC Criança", informou a instituição.

Planejamento das etapas

O tratamento inovador desenvolvido pelos médicos da USP está dividido em cinco fases realizadas ao longo de vários meses. A primeira cirurgia ocorreu em 23 de agosto, com duração de oito horas, e as meninas receberam alta no dia 3 de setembro.

Durante as quatro primeiras etapas, os especialistas concentram-se na separação progressiva das estruturas cranianas e cerebrais. Na quarta fase, também são inseridos enxertos ósseos e expansores de pele, preparando o caminho para a cirurgia plástica final.

A previsão é que a quinta e última etapa do processo ocorra até o segundo semestre de 2026, quando será realizada a reconstrução craniana definitiva.

Hospital se consolida como referência nacional

Este é o terceiro caso de separação de gêmeos siameses conduzido com sucesso pelo Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, consolidando a instituição como centro de excelência nacional neste tipo de procedimento.

O primeiro caso bem-sucedido ocorreu em 2018, com as irmãs Maria Ysabelle e Maria Ysadora, do Ceará. Já o segundo caso envolveu as gêmeas Alana e Mariah, nascidas em Ribeirão Preto e criadas em Piquerobi (SP), que foram separadas definitivamente em agosto de 2023 após uma cirurgia maratona de 25 horas.

A experiência acumulada nestes casos anteriores, combinada com o uso de tecnologias avançadas como modelos 3D e realidade aumentada, tem sido fundamental para o sucesso dos procedimentos cada vez mais complexos.