
Ela simplesmente não conseguia ficar parada vendo o sofrimento alheio. Aparecida de Fátima Silva, ou melhor, Dona Cida como era carinhosamente conhecida, tinha uma missão que parecia escrita nas estrelas: estender a mão para quem mais precisava. E que mão! Uma verdadeira força da natureza que partiu aos 63 anos, deixando um vazio imenso na comunidade de Juiz de Fora.
Imagine alguém que dedicou nada menos que três décadas ajudando o próximo sem pedir nada em troca. Pois é, essa era ela. Presidente da ONG Mão Amiga, Dona Cida transformou a solidariedade em razão de viver. Seu sorriso? Contagiante. Sua determinação? De ferro. E seu coração? Maior que o mundo.
Um Legado que Ecoa Além do Tempo
O reconhecimento nacional não veio por acaso. Em 2023, seu trabalho brilhante foi premiado no programa Encontro com Patrícia Poeta, da TV Globo. Que momento emocionante! Ela recebeu o troféu como uma das "personalidades que fazem o bem" – e como fazia!
Mas olha, não pense que era só sobre dar coisas materiais. Dona Cida entendia como ninguém que as pessoas precisam de muito mais que comida ou roupas. Precisam de dignidade, de respeito, de sentir que alguém se importa. E ela importava-se profundamente.
O Início de Tudo
Tudo começou lá atrás, nos anos 90, com um gesto simples: ajudar moradores de rua durante aqueles invernos rigorosos da Zona da Mata. Mas rapidamente a coisa cresceu – porque bondade é assim, contagia como risada de criança. A ONG Mão Amiga nasceu desse impulso generoso e nunca mais parou.
Seus projetos? Diversos como as necessidades humanas. Desde distribuição de marmitas até campanhas do agasalho, passando por doação de cestas básicas e – pasmem – até mesmo assistência jurídica gratuita. Sim, ela conseguiu unir advogados voluntários para ajudar quem não podia pagar.
O Vazio que Ficou
Partiu na última segunda-feira (25), vítima de complicações após uma cirurgia. A notícia correu como rastilho de pólvora pela cidade. Como assim? Dona Cida se foi? Impossible! Era o que todos pensavam – aquela mulher parecia incansável, eterna.
Nas redes sociais, a comoção foi instantânea. "Era uma guerreira", escreveu alguém. "Me ajudou quando eu não tinha nada", confessou outro. "Anjo na Terra", definiu uma terceira pessoa. E não é exagero – ela realmente era.
O Sonho que Continua
Aqui está o mais incrível: mesmo diante da própria dor, ela não parava. Sabiam que mesmo internada, ainda orientava o trabalho da ONG pelo celular? Pois é. Precisava garantir que ninguém ficasse desamparado.
Seu maior sonho era ampliar a sede da instituição – projeto que agora fica como testamento e desafio para quem ficou. "Ela era nossa coluna vertebral", desabafa uma voluntária, a voz embargada. "Mas vamos continuar, é o que ela quereria."
Dona Cida deixa dois filhos e três netos – além de centenas, talvez milhares de "filhos do coração" que ajudou ao longo desses anos todos. Seu funeral? Uma multidão. Gente de todos os cantos, de todas as classes sociais, unidas por uma única coisa: gratidão.
Numa época onde as más notícias dominam os jornais, histórias como a dela renovam nossa fé na humanidade. Mostram que existem sim pessoas que fazem a diferença – não com discursos, mas com ações concretas dia após dia.
Juiz de Fora perdeu uma de suas maiores heroínas. Mas seu legado? Ah, esse permanece vivo em cada vida que tocou. E como tocou!