PL aceita projeto antifacção esvaziado para resposta rápida à violência
PL aceita projeto antifacção esvaziado contra violência

O partido Liberal (PL) decidiu não criar obstáculos à votação de uma versão mais moderada do projeto de lei antifacção atualmente em tramitação na Câmara dos Deputados. A avaliação das lideranças partidárias é que é essencial oferecer uma resposta ágil às recentes ações de grupos criminosos que abalaram o país.

Contexto da operação policial

O projeto chegou ao Congresso Nacional logo após a megaoperação policial contra o Comando Vermelho nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro. A intervenção das forças de segurança resultou em um saldo trágico de mais de 120 mortes, gerando comoção nacional e pressionando por medidas concretas contra o crime organizado.

Estratégia política em jogo

Analistas políticos observam que uma eventual resistência do PL ao projeto poderia tirar das mãos da oposição a oportunidade de explorar a necessidade de melhorias na segurança pública durante a campanha eleitoral de 2026. Entre os opositores do governo Lula, há uma percepção consolidada de que a atual administração não tem apresentado bons resultados nessa área específica.

Essa fragilidade governamental no tema segurança poderia comprometer o bom momento político vivido pelo presidente nos últimos meses, segundo avaliações de especialistas que acompanham o cenário político brasileiro.

Relator busca consenso

Designado para relatar a proposição, o deputado Guilherme Derrite, que se afastou temporariamente da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo para reassumir suas funções parlamentares, tem a expectativa de apresentar um novo parecer ainda nesta segunda-feira.

A estratégia do relator prevê a retirada de pontos mais polêmicos do texto original, com o objetivo claro de garantir um apoio amplo e transversal à medida entre os diferentes partidos e blocos parlamentares.

A indicação de um auxiliar do governador Tarcísio de Freitas para relatar a matéria, feita por Hugo Motta, desagradou assessores do Palácio do Planalto. A movimentação é interpretada como um alinhamento do parlamentar paraibano com a oposição, mesmo após o governo ter conquistado importantes vitórias no Legislativo nas últimas semanas.