Toffoli mantém diretor do BC em acareação do caso Master; audiência será na terça
Toffoli mantém diretor do BC em acareação do Master

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), tomou uma decisão relevante neste sábado, 27 de dezembro de 2025, acerca das investigações que envolvem o Banco Master. Ele manteve a participação do diretor de fiscalização do Banco Central, Ailton de Aquino Santos, na acareação marcada para a próxima terça-feira, dia 30.

Decisão fundamentada no esclarecimento dos fatos

A decisão foi proferida após o próprio Banco Central apresentar um recurso questionando a presença do seu diretor na oitiva. Em sua justificativa, o relator do caso no STF deixou claro que nem o diretor Ailton de Aquino Santos nem a autarquia são alvos da investigação.

Toffoli ressaltou, no entanto, que a participação do dirigente é de "especial relevância" para o deslinde dos fatos. Ele explicou que o cerne da apuração são as tratativas em torno da cessão de títulos entre instituições financeiras, operação que está sob a alçada regulatória do BC.

"É salutar a atuação da autoridade reguladora nacional e sua participação nos depoimentos e acareações entre os investigados", afirmou o ministro em sua decisão.

Audiência no STF reunirá investigados

A acareação, que acontecerá na sede do Supremo Tribunal Federal, contará com a presença de figuras centrais no caso. Além do diretor do BC, estão convocados para prestar esclarecimentos:

  • O banqueiro Daniel Vorcaro, um dos sócios do Banco Master;
  • O ex-presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa.

Esta será mais uma etapa na complexa investigação que foi remetida para o STF no início de dezembro. A transferência do processo da Justiça Federal em Brasília para a Corte Suprema ocorreu devido à citação de um deputado federal nas investigações, o que atrai o foro por prerrogativa de função.

Operação Compliance Zero e o volume das fraudes

O caso ganhou grande repercussão em novembro, quando a Polícia Federal deflagrou a Operação Compliance Zero. A investigação apura a concessão de créditos falsos pelo Banco Master, incluindo uma tentativa de compra da instituição pelo BRB, banco público do Distrito Federal.

As estimativas das autoridades são alarmantes: as fraudes podem atingir a cifra de R$ 17 bilhões. A lista de investigados vai além de Daniel Vorcaro e inclui ex-dirigentes do banco e um ex-sócio.

Após ser preso, a defesa de Vorcaro negou que o banqueiro tentasse fugir do país e afirmou que ele sempre se colocou à disposição para colaborar com as investigações.

Com a decisão de Toffoli, a acareação da próxima terça-feira promete trazer novos elementos para um dos maiores casos financeiros sob apuração no país, com a presença indispensável do regulador do sistema para esclarecer as operações sob seu crivo.