STF julga se Eduardo Bolsonaro vira réu por coação em processo
STF julga Eduardo Bolsonaro por coação processual

O Supremo Tribunal Federal iniciou nesta sexta-feira (14) um julgamento crucial que pode transformar o deputado federal Eduardo Bolsonaro em réu. A Primeira Turma da Corte analisa denúncia da Procuradoria-Geral da República por crime de coação no curso do processo.

Os detalhes da acusação

Segundo a PGR, o parlamentar teria atuado nos Estados Unidos para pressionar autoridades brasileiras e constranger ministros do Supremo. As investigações apontam que Eduardo Bolsonaro utilizou postagens em redes sociais e entrevistas para defender sanções contra integrantes do Judiciário brasileiro.

O caso está sendo analisado no plenário virtual do STF, sistema onde os ministros registram votos eletronicamente. A votação segue até o dia 25 de novembro, a menos que haja pedido de vista ou destaque que leve o processo para sessão presencial.

Contexto do processo

As investigações começaram em maio e se ampliaram nos meses seguintes. Em julho, o inquérito passou a incluir o ex-presidente Jair Bolsonaro e o influenciador Paulo Figueiredo. Em agosto, o pastor Silas Malafaia também foi incluído nas investigações.

A Polícia Federal identificou indícios de que o grupo teria articulado ações e mensagens com o objetivo claro de pressionar o Judiciário e o Legislativo brasileiros. Jair Bolsonaro já foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão no caso que apura a trama golpista de 8 de janeiro.

Consequências do julgamento

Se a denúncia for aceita pela Primeira Turma, será aberta ação penal contra o deputado. Caso contrário, o processo será arquivado. Os ministros avaliam se a acusação apresenta elementos mínimos para instaurar a ação penal, como descrição detalhada dos fatos, indícios de autoria e provas iniciais.

O crime de coação no curso do processo está previsto no artigo 344 do Código Penal e ocorre quando alguém usa violência ou ameaça para favorecer a si ou a terceiros em processo judicial, administrativo ou policial. A pena varia de um a quatro anos de prisão.

Este julgamento marca mais um capítulo na ofensiva do Supremo contra as ações de bastidores relacionadas ao caso do golpe de Estado. Além de Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo, o inquérito ainda apura a conduta de Jair Bolsonaro e Silas Malafaia.