O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Otto Alencar (PSD-BA), revelou que o Senado Federal mantém sua preferência por Rodrigo Pacheco para a vaga no Supremo Tribunal Federal, mesmo após a indicação formal de Jorge Messias pelo presidente Lula.
Preferência do Senado e trâmite regular
Em declarações nesta quinta-feira, 21 de novembro de 2025, Otto Alencar admitiu abertamente que o Senado ainda prefere Rodrigo Pacheco para ocupar a cadeira que ficou vaga com a aposentadoria do ministro Luís Roberto Barroso. No entanto, o parlamentar baiano deixou claro que a indicação de Jorge Messias, atual advogado-geral da União, seguirá o trâmite regular quando chegar à comissão.
Otto Alencar ponderou que a escolha de Lula já era conhecida antes do anúncio oficial. O presidente havia comunicado sua decisão a Pacheco três dias antes, durante uma conversa fora da agenda no Palácio da Alvorada.
O caminho da indicação no Senado
O processo de sabatina de Jorge Messias na CCJ depende agora do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). A mensagem presidencial com a indicação deve passar primeiro pela Mesa Diretora antes de ser despachada para a Comissão de Constituição e Justiça.
Este cenário coloca Alcolumbre em posição estratégica no processo. Ele é reconhecido como o maior cabo eleitoral de Pacheco nas disputas pela presidência do Senado em 2021 e 2023 e também seu principal defensor para a vaga no STF.
Cronograma em espera
Sem atribuir qualquer singularidade à situação, Otto Alencar afirmou que aguardará a chegada formal da mensagem de Lula à CCJ para definir um cronograma de trabalhos. A mesma postura foi adotada recentemente no caso da recondução de Paulo Gonet à Procuradoria-Geral da República.
O presidente da CCJ enfatizou que só será possível marcar a data da sabatina de Messias depois que Alcolumbre despachar a indicação para a comissão, mantendo o ritmo da análise do indicado de Lula nas mãos do principal aliado de Pacheco no Senado.