O líder do Partido Liberal (PL) na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante, convocou com urgência todos os parlamentares da legenda para retornarem a Brasília neste sábado, 22 de novembro de 2025. A medida foi tomada em resposta à prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro, decretada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Reação imediata do PL
Em declaração realizada durante a tarde deste sábado, Sóstenes Cavalcante confirmou que todos os deputados federais do partido estão reorganizando suas agendas para estarem presentes na capital federal o mais breve possível. O parlamentar encontrava-se participando de um evento do PL em Minas Gerais ao lado do presidente nacional da sigla, Valdemar Costa Neto, quando recebeu a notícia da prisão.
Sóstenes Cavalcante afirmou que embarcará de volta para Brasília ainda no fim da tarde deste sábado. O deputado é considerado um dos principais articuladores políticos de Bolsonaro no Congresso Nacional e tem trabalhado ativamente para viabilizar a aprovação do chamado PL da Anistia, projeto que visa beneficiar o ex-presidente.
Nota oficial de repúdio
Mais cedo, o líder do PL já havia divulgado uma nota oficial criticando veementemente a decisão do ministro Alexandre de Moraes. No documento, Cavalcante descreveu o Brasil como "um país menor" após a prisão de Bolsonaro e classificou a medida como "perseguição" e "abuso de poder".
Em trechos da nota, o parlamentar escreveu: "O Brasil amanheceu menor. O país viu, com choque e indignação, a prisão do presidente Jair Bolsonaro. Isso não é justiça, é perseguição. Isso não é equilíbrio, é abuso de poder".
O líder do PL ainda acrescentou: "Como Líder da Bancada do PL, expresso minha revolta. Não aceitaremos intimidação. Não daremos um passo atrás. Defenderemos Bolsonaro, sua família e todos os brasileiros que hoje sentem o peso da ameaça".
Contexto da prisão
A prisão preventiva de Jair Bolsonaro foi decretada pelo ministro Alexandre de Moraes com base no risco de fuga do ex-presidente. De acordo com informações do STF, Moraes teria sido informado sobre uma tentativa de Bolsonaro violar a tornozeleira eletrônica que utiliza desde agosto de 2025, quando começou a cumprir prisão domiciliar.
O projeto de lei da Anistia, que tem Sóstenes Cavalcante como um de seus principais defensores, enfrenta resistência no parlamento brasileiro e até o momento não foi analisado pelo Poder Legislativo. A proposta busca beneficiar diretamente o ex-presidente, mas encontra oposição entre diversos setores do Congresso.
A convocação emergencial dos parlamentares do PL demonstra a estratégia de reação imediata adotada pelo partido frente ao novo capítulo judicial envolvendo Bolsonaro. A bancada deve se reunir nos próximos dias para definir os próximos passos e ações políticas em defesa do ex-presidente.