Mourão espera gesto de Bolsonaro sobre sucessor após recursos no STF
Mourão pede gesto de Bolsonaro sobre sucessor político

O senador Hamilton Mourão manifestou preocupação com o futuro político da direita brasileira durante entrevista concedida em 10 de novembro de 2025. O parlamentar do Republicanos-RS acompanha com "tristeza" a fase de recursos do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado pelo Supremo Tribunal Federal a 27 anos de prisão.

Defesa de Bolsonaro e alerta sobre união da direita

Em conversa com o programa Ponto de Vista, apresentado por Marcela Rahal, o ex-vice-presidente fez uma defesa enfática do antigo chefe. "Em nenhum momento eu vi o presidente Bolsonaro querer sair fora daquilo que a Constituição prescreve", afirmou Mourão, negando ter presenciado qualquer movimento golpista durante o governo.

O senador atribuiu a condenação à "juncão de conversas de WhatsApp, reuniões, e da baderna do 8 de janeiro". Para ele, o resultado foi "uma condenação terrível a um homem que sempre se esforçou pelo bem do Brasil".

O momento decisivo para a sucessão política

Mourão destacou que, quando se esgotarem as possibilidades de recurso judicial e "ficar definido que ele estará preso efetivamente", chegará o momento crucial para o futuro político da direita. "Bolsonaro precisa apontar seu sucessor", enfatizou o senador.

O gesto esperado por Mourão é simples mas significativo: "que o presidente coloque a mão no ombro de alguém e diga: 'Esse é o meu candidato'". A partir desse momento, segundo o parlamentar, "todos temos que trabalhar juntos".

Risco de fragmentação e chamado à maturidade

O senador fez um alerta sério sobre as consequências da desunião: "Se a gente não se unir, corremos o risco de entregar o país novamente à esquerda". Mourão concluiu com um apelo à responsabilidade: "É hora de maturidade política, não de vaidade".

Atualmente, a comunicação entre Mourão e Bolsonaro ocorre por meio intermediários. "Fui testemunha de defesa no processo. Quando preciso, falo com o Flávio, que transmite a mensagem", explicou o senador, referindo-se ao filho do ex-presidente, Flávio Bolsonaro.

Mourão também mencionou que procura "sempre mandar força e incentivo para que o presidente tenha moral de enfrentar essa situação tão complicada", lembrando que a situação é "agravada pelo estado de saúde dele".

Panorama para as eleições de 2026

Analisando o cenário político para as próximas eleições presidenciais, Mourão contrastou a situação da esquerda e da direita. "A esquerda só tem um nome, que é o Lula — primeiro e único. Se tirar o Lula, não tem mais ninguém", avaliou.

Já a direita, segundo o senador, enfrenta o desafio oposto: "tem muitos nomes". Entre as possíveis lideranças do campo conservador, Mourão citou:

  • Tarcísio de Freitas (SP)
  • Ratinho Júnior (PR)
  • Ronaldo Caiado (GO)
  • Romeu Zema (MG)

Além desses governadores, o senador também mencionou Michelle Bolsonaro e os filhos do ex-presidente como figuras relevantes no cenário político da direita.

Mourão ressaltou que, apesar de Bolsonaro estar em prisão domiciliar e proibido de manter contato político, o ex-presidente continua mantendo apoio entre aliados e "inspira respeito" entre seus correligionários.