Moraes renova restrições a Bolsonaro após prisão preventiva
Moraes impõe novas restrições a Bolsonaro

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, determinou novas e rigorosas restrições contra o ex-presidente Jair Bolsonaro após decretar sua prisão preventiva neste sábado, 22 de novembro de 2025.

Prisão preventiva e justificativas

Alexandre de Moraes fundamentou a decisão no possível risco de fuga do ex-presidente, mencionando especificamente o rompimento da tornozeleira eletrônica por volta da meia-noite deste sábado. A prisão preventiva ocorreu de forma independente da condenação de Bolsonaro a mais de 27 anos de prisão no inquérito do golpe.

O ex-presidente foi levado para a sede da Polícia Federal em Brasília, mas Moraes autorizou atendimento médico integral para garantir seu tratamento de saúde.

Restrições às visitas

Entre as principais medidas impostas pelo ministro está o cancelamento de todas as autorizações de visitas que haviam sido concedidas anteriormente. Desde que começou a cumprir prisão domiciliar em agosto deste ano, Bolsonaro só podia receber aliados e amigos em sua residência mediante liberação expressa de Moraes.

Na nova ordem, o ministro estabeleceu que todas as visitas deverão ser previamente autorizadas pelo STF, com exceção dos advogados regularmente constituídos e da equipe médica responsável pelo tratamento de saúde do réu.

Postagem de Flávio Bolsonaro como gatilho

Moraes citou explicitamente uma publicação do senador Flávio Bolsonaro nas redes sociais como elemento preocupante na decisão. O parlamentar havia convidado apoiadores para uma vigília nas proximidades da casa onde o ex-presidente mora em Brasília.

Em sua fundamentação, o ministro demonstrou preocupação com o potencial de mobilização em larga escala, comparando a situação com as manifestações estimuladas pela organização criminosa nas imediações de instalações militares em 2022.

"Os elementos informativos apresentados evidenciam a possibilidade concreta de que a vigília convocada ganhe grande dimensão", escreveu Moraes na decisão, destacando o risco de concentração de centenas de adeptos do ex-presidente por muitos dias.