
O clima no Senado Federal está longe de ser tranquilo — e não é por causa do frio que insiste em não chegar em Brasília. O que esquenta mesmo os ânimos é a crescente pressão pelo impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Até agora, 38 parlamentares já manifestaram apoio à medida, um número que não para de subir.
Não é de hoje que Moraes virou alvo de críticas — e não só da oposição. Alguns aliados do governo também estão com os nervos à flor da pele, especialmente depois de decisões polêmicas envolvendo redes sociais e investigações. "É um excesso de poder que não podemos tolerar", disparou um senador que prefere não se identificar, mas que está entre os que assinaram o documento.
Os números que assustam (ou animam)
Olha só como está a divisão:
- 38 senadores já apoiam abertamente o impeachment
- Desses, 22 são da oposição e 16 são governistas — sim, tem gente do próprio campo batendo no ministro
- Faltam ainda 23 assinaturas para que o processo possa seguir adiante
"Quando até aliados começam a pular do barco, é sinal de que a coisa está feia", comentou um assessor parlamentar, entre um gole de café e outro. E não é que ele tem razão?
O que dizem os defensores de Moraes
Do outro lado, os apoiadores do ministro — que não são poucos — argumentam que tudo não passa de manobra política. "É claramente uma retaliação pelas decisões contra desinformação", afirmou um jurista que acompanha o caso de perto. Ele lembra que processos de impeachment contra ministros do STF são raríssimos na história brasileira.
Enquanto isso, nos corredores do Congresso, o assunto domina conversas desde o cafezinho da manhã até os encontros noturnos nos restaurantes da Asa Sul. "Tá todo mundo com um pé atrás", confessa um senador veterano. "Ninguém quer ser o próximo na mira."
E agora?
Os próximos dias prometem:
- Mais reuniões sigilosas entre parlamentares
- Articulações nos bastidores para convencer indecisos
- Possíveis manifestações públicas de ambos os lados
Uma coisa é certa: o clima político em Brasília está mais carregado que o céu antes de uma tempestade tropical. E todo mundo sabe que, quando começa a trovejar na capital federal, é melhor se preparar para muita água rolando — e não estamos falando só da que cai do céu.
"É jogo duro, e ninguém quer sair perdendo", resume um experiente jornalista político, enquanto ajusta o nó da gravata — sim, ainda tem gente que usa gravata por lá.