
O clima nos bastidores do poder nunca esteve tão denso quanto um café coado na hora. Enquanto o Supremo Tribunal Federal (STF) decidia sobre a sanção ao ministro Alexandre de Moraes, três figuras-chave do cenário político brasileiro preferiram o silêncio eloquente.
Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Romeu Zema (Novo-MG) e Carlos Massa Ratinho Junior (PSD-PR) — três governadores que normalmente não economizam nas palavras — transformaram-se em mestres da arte do "não comentário". Coincidência? Difícil acreditar.
O jogo das cadeiras musicais políticas
Na política, como no samba, quem não dança segura a parede. E nossos governadores parecem estar fazendo mais que segurar — estão colados nela. O caso Moraes virou aquela batata quente que ninguém quer segurar sem luva térmica.
"É complicado", diria um político mais franco. E é mesmo. De um lado, a base governista que não engole o STF. De outro, a necessidade de manter relações cordiais com o Judiciário. Resultado? Um silêncio que vale mais que mil discursos.
O que dizem as entrelinhas
Especialistas em política — aqueles que leem o noticiário como tarólogos leem cartas — apontam três possibilidades:
- Calculismo eleitoral: 2026 não está tão longe assim
- Medo de represálias institucionais (ninguém quer briga com o STF)
- Uma estratégia de "esperar para ver" como o vento vai virar
Enquanto isso, nas redes sociais, a polarização segue seu curso natural. De um lado, os que veem Moraes como herói. De outro, os que o pintam como vilão. E no meio? Nossos governadores, mudos como estátuas de museu.
Resta saber: até quando esse silêncio vai durar? Na política brasileira atual, às vezes o que não é dito revela mais que horas de discursos.