O decano do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, manifestou publicamente seu apoio à recondução de Paulo Gonet para mais dois anos à frente da Procuradoria-Geral da República. A aprovação ocorreu no Senado Federal nesta quarta-feira, 12 de novembro de 2025, garantindo que Gonet permaneça no cargo até o final de 2027.
Defesa da democracia e da Constituição
Em publicação na rede social X, anteriormente conhecida como Twitter, Gilmar Mendes elogiou a atuação do procurador-geral durante seu primeiro mandato. O ministro destacou que Gonet atuou com "sobriedade diante de desafios, muitos deles inéditos na história nacional" e manteve-se firme na defesa da democracia e da Constituição Federal.
"A recondução de Paulo Gonet à PGR reafirma o compromisso do país com a institucionalidade", afirmou Gilmar em sua mensagem. O ministro também ressaltou que o trabalho do procurador-geral "representa o melhor do Ministério Público" e que sua permanência no cargo assegura a continuidade dessa trajetória.
Protestos e resistência no Senado
A sessão de votação no Senado foi marcada por tensões e protestos de parlamentares alinhados ao bolsonarismo. Os senadores demonstraram descontentamento com a atuação de Gonet no caso do golpe de estado, que resultou na condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão.
Um dos momentos mais acalorados da sabatina ocorreu quando o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que Gonet "envergonha" o Ministério Público Federal. O procurador-geral rebateu as críticas, destacando o amplo apoio institucional que recebe das entidades de classe para ocupar a posição máxima do órgão.
Votação apertada reflete divisão política
Os números da votação demonstram a polarização em torno da recondução de Gonet. Na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a aprovação ocorreu por 17 votos a favor e 10 contra, uma margem estreita de apenas três votos acima do mínimo necessário.
No plenário do Senado, o resultado foi igualmente apertado: 45 votos favoráveis contra 26 contrários, novamente apenas três votos acima do quórum mínimo de 41. Esses números refletem a divisão política no Congresso Nacional em relação à atuação do procurador-geral.
O caso do golpe de estado continua sendo julgado na Primeira Turma do STF, onde todos os réus, com exceção de Mauro Cid - que fez acordo de colaboração premiada - têm sido condenados. A recondução de Gonet sinaliza a manutenção da linha de atuação que caracterizou seu primeiro mandato à frente da PGR.