O deputado federal Eduardo Bolsonaro enfrenta um momento decisivo no Supremo Tribunal Federal. O julgamento que analisa sua conduta durante as investidas políticas nos Estados Unidos segue seu curso, e especialistas preveem poucas surpresas no desfecho.
O que está em jogo no julgamento
Na sexta-feira, 14 de novembro de 2025, o programa Os Três Poderes trouxe uma análise detalhada sobre o caso. O colunista Robson Bonin foi direto ao ponto: o julgamento não reserva reviravoltas dramáticas. Para ele, trata-se de "cumprir tabela", especialmente após o início da análise com o voto do ministro Alexandre de Moraes.
Eduardo Bolsonaro é acusado de tentar coagir ministros do STF e interferir no julgamento de seu pai, Jair Bolsonaro, durante o processo que investiga a trama golpista. A situação ganhou contornos mais sérios porque, segundo Bonin, o próprio parlamentar criou um acervo de provas contra si.
As evidências que pesam contra o deputado
Diferente de muitos casos que dependem de testemunhos complexos ou investigações profundas, este se baseia em material público e amplamente divulgado. Vídeos, postagens, discursos e declarações produzidos pelo próprio Eduardo Bolsonaro durante sua atuação nos Estados Unidos formam o cerne da acusação.
"Ele confessa todos os dias nas redes sociais", afirmou Bonin durante o programa. A Procuradoria-Geral da República reuniu todo esse material para formalizar a denúncia, cabendo agora ao STF decidir se há indícios suficientes para transformá-la em ação penal.
As consequências possíveis
Esta fase do processo não representa ainda um julgamento de mérito, mas sim a verificação da existência de elementos que justifiquem a abertura de processo formal. Caso o STF aceite a denúncia, Eduardo Bolsonaro assume a condição de réu - primeiro passo em um caminho que pode resultar em condenação e, dependendo da pena aplicada, até prisão.
Bonin destacou que não há excepcionalidade no rito processual: "Todo brasileiro tem o direito de se defender, e o processo tem etapas a serem cumpridas". O Supremo estaria apenas seguindo o procedimento previsto na Constituição.
O caso ganhou dimensão adicional após o chamado "tarifaço" imposto pelos Estados Unidos ao Brasil. Marcela Rahal lembrou que o governo americano atribuiu a medida ao clima de instabilidade política provocado por bolsonaristas. Para Bonin, este é um dos exemplos de como a ofensiva internacional promovida por Eduardo Bolsonaro trouxe consequências negativas para o país como um todo.
O julgamento continua na Primeira Turma do Supremo, e a expectativa dentro do tribunal é de que o caso avance sem grandes sobressaltos, seguindo o curso normal da Justiça.