O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, enviou um recado claro ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a indicação de Jorge Messias para uma vaga no Supremo Tribunal Federal. A situação revela um desgaste nas relações entre os Poderes após Lula não seguir o protocolo tradicional de consulta ao Congresso.
O rompimento do protocolo
Durante a cerimônia no Palácio do Planalto em 21 de novembro de 2025, o presidente Lula e o senador Alcolumbre mantiveram contato, mas o chefe do Executivo decidiu não telefonar pessoalmente ao presidente do Senado para informar sobre o envio da indicação de Messias ao Legislativo. O gesto de cortesia, comum entre chefes de Poderes, foi realizado apenas em relação ao ministro Edson Fachin, do próprio STF.
Alcolumbre nunca escondeu sua preferência pela escolha de Rodrigo Pacheco para a vaga que seria aberta com a saída do ministro Luís Roberto Barroso. O senador acreditava que haveria uma conversa com Lula antes que a imprensa revelasse a decisão final do presidente.
A reação do Senado
Diante da quebra de protocolo, o presidente do Senado sente-se agora desobrigado de adotar medidas favoráveis aos desejos de Lula de ter mais um aliado fiel na Corte. Em declaração contundente, Alcolumbre resumiu como tratará a indicação de Messias: "Dentro das prerrogativas do Senado Federal, vamos analisar os próximos passos - cada um dentro das suas próprias prerrogativas".
Em bom português, a mensagem deixou claro que o futuro de Jorge Messias no STF está completamente nas mãos do Senado Federal. Lula, ainda que seja o chefe do Planalto, nada poderá fazer para influenciar a Casa na análise da indicação.
Consequências imediatas
A escolha de um novo ministro do STF é um ato que envolve ambos os Poderes: o Executivo indica e o Legislativo aprova. Com a relação abalada, a CCJ do Senado terá papel crucial na análise da indicação de Messias, e o processo promete ser acompanhado de perto pela oposição e pela base governista.
O episódio revela a complexidade das relações institucionais em Brasília e como gestos de cortesia, aparentemente simples, podem impactar decisões importantes para o futuro do país. O recado de Alcolumbre ecoa no Congresso: cada Poder exercerá suas atribuições conforme a Constituição, sem interferências externas.
