O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, provocou uma crise política ao sugerir a aplicação da pena de morte contra seis congressistas do Partido Democrata. A ameaça foi feita nesta quinta-feira, 20 de novembro de 2025, após os parlamentares defenderem que militares americanos deveriam desobedecer ordens consideradas ilegais.
Acusações de traição e sedição
Em publicações em sua rede social Truth, Trump reagiu com fúria às declarações dos democratas. "COMPORTAMENTO SEDICIOSO DE TRAIDORES!!! PRENDAM-NOS???", escreveu o presidente em uma das mensagens. Em seguida, foi ainda mais longe: "COMPORTAMENTO SEDICIOSO, punível com a MORTE!"
Os comentários do republicano foram uma resposta direta a um vídeo divulgado na terça-feira, 18 de novembro, por seis congressistas democratas com passagem nas Forças Armadas ou serviços de inteligência. No material, os legisladores lembravam aos militares seu dever de recusar cumprir ordens ilegais.
Quem são os congressistas alvo
O grupo de democratas inclui figuras de destaque no cenário político americano:
- Senadora Elissa Slotkin - ex-analista da CIA e veterana da Guerra do Iraque
- Senador Mark Kelly - ex-astronauta e veterano da Marinha
- Deputado Jason Crow
- Deputada Maggie Goodlander
- Deputado Chris DeLuzio
- Deputada Chrissy Houlahan
Todos compartilham a experiência de ter servido nas Forças Armadas ou comunidade de inteligência, dando peso técnico às suas declarações.
Contexto legal da pena de morte
A ameaça de Trump ganha contornos mais sérios considerando que o presidente restabeleceu a pena de morte federal em seu primeiro dia de governo, em janeiro de 2025. A medida havia entrado em moratória durante o governo de Joe Biden.
Por meio de decreto executivo, Trump definiu a pena capital como "uma ferramenta essencial para deter e punir aqueles que cometem os crimes mais hediondos e atos de violência letal contra cidadãos americanos". O texto orienta a procuradora-geral Pam Bondi a "buscar a pena de morte para todos os crimes de gravidade que justifiquem seu uso".
Segundo a Constituição americana, o Congresso tem autoridade para determinar punições por traição, incluindo execuções. A sedição, por outro lado, é um crime federal com pena máxima de 20 anos de prisão.
O caso representa um novo capítulo na tensão política nos Estados Unidos, com o presidente utilizando linguagem extrema contra membros do Congresso. A última condenação federal por traição na história americana ocorreu em 1949, envolvendo o simpatizante nazista Herbert John Burgman.