O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, emitiu um alerta grave nesta terça-feira, 2 de dezembro de 2025. Ele afirmou que qualquer nação envolvida na venda de drogas para o mercado americano está sujeita a sofrer ataques militares, estendendo a ameaça para além da Venezuela, alvo recente de uma série de operações.
Ampliação da Ameaça Militar
A declaração do líder republicano ocorre em meio a uma escalada de pressão na região do Caribe. Um pesado deslocamento de tropas americanas foi registrado, acompanhado por mais de vinte ataques a embarcações suspeitas de transportar entorpecentes. Essas ações, parte da chamada “Operação Lança do Sul”, já resultaram na morte de pelo menos 83 pessoas.
“Qualquer um que fabricar isso (drogas) e vender para o nosso país está sujeito a ataques. Não apenas a Venezuela”, declarou Trump. Ele justificou a postura afirmando ser “muito fácil” identificar os alvos, pois os Estados Unidos “conhecem os trajetos que eles percorrem, sabemos tudo sobre eles”. Durante seu discurso, o presidente também acusou a Colômbia de sediar a produção de cocaína destinada aos EUA.
Tensão Geopolítica no Caribe
A situação já era tensa desde o final de outubro, quando Trump revelou ter autorizado a CIA a conduzir operações secretas dentro do território venezuelano. Fontes próximas à Casa Branca informam que o Pentágono apresentou ao presidente diferentes opções ofensivas, incluindo ataques a instalações militares na Venezuela, como pistas de pouso.
Os Estados Unidos acusam o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, de liderar o chamado Cartel de los Soles e oferecem uma recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem à sua captura. Trump também dirigiu críticas ao presidente colombiano, Gustavo Petro, chamando-o de “líder do tráfico de drogas” e “bandido”.
O planejamento militar avançou nas últimas semanas, com altos oficiais, incluindo o secretário de Defesa, Pete Hegseth, e o chefe do Estado-Maior Conjunto, Dan Caine, apresentando planos atualizados a Trump que incluíam até mesmo ataques por terra. A comunidade de Inteligência dos EUA forneceu informações para essas possíveis ofensivas, que variam em intensidade.
Mobilização Militar e Críticas Internacionais
A movimentação bélica americana na América Latina é significativa. Além de um porta-aviões, a força destacada para o Caribe inclui destróieres com mísseis guiados, caças F-35, um submarino nuclear e cerca de 6.500 soldados. Trump, assim, intensifica o jogo de pressão com o governo de Caracas.
Esses incidentes, no entanto, geraram alarme entre juristas e legisladores democratas, que os denunciam como violações do direito internacional e atos que podem ser considerados “execuções extrajudiciais”, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). Em defesa, a administração Trump argumenta que os EUA já estão em uma guerra com grupos narcoterroristas da Venezuela, legitimando os ataques. Autoridades americanas alegam que os disparos letais são necessários porque as ações tradicionais de apreensão falharam em conter o fluxo de drogas.
Dados Contradizem Discurso Oficial
O fundamento central da ofensiva – combater a origem das drogas que chegam aos Estados Unidos – é enfraquecido por dados das Nações Unidas. O Relatório Mundial sobre Drogas de 2025 indica que o fentanil, principal responsável pelas overdoses nos EUA, tem origem no México, e não na Venezuela, que praticamente não participa do contrabando desse opioide.
O documento também aponta que as drogas mais consumidas pelos americanos não vêm da Venezuela. A cocaína, por exemplo, é usada por cerca de 2% da população e tem sua origem majoritária na Colômbia, Bolívia e Peru, colocando em questão o foco específico da ação militar atual.