Maior porta-aviões do mundo chega ao Caribe e eleva tensão EUA-Venezuela
Porta-aviões americano no Caribe aumenta tensão com Venezuela

O maior porta-aviões do mundo, o USS Gerald R. Ford, chegou nesta terça-feira, 11 de novembro de 2025, à área de operações do Comando Sul das Forças Armadas dos Estados Unidos, que abrange o Caribe e parte da América do Sul. Este movimento militar aumenta significativamente a tensão entre Washington e Caracas, em um momento de crescentes ataques americanos contra embarcações consideradas "narcoterroristas" na costa venezuelana.

Resposta Imediata da Venezuela

Poucas horas após o anúncio da chegada do porta-aviões, o governo de Nicolás Maduro declarou "alerta máximo" e ordenou a mobilização imediata de tropas terrestres, navais e aéreas. As autoridades venezuelanas afirmaram que o país está completamente preparado para "qualquer agressão estrangeira".

O Ministério da Defesa venezuelano confirmou o desdobramento total das forças armadas, incluindo unidades terrestres, fluviais e aéreas, além de contingentes civis da Milícia Bolivariana. Esta resposta imediata demonstra o alto nível de preocupação do regime de Maduro com a presença militar americana na região.

Justificativa Americana e Capacidades Militares

O Pentágono justificou o deslocamento do USS Gerald R. Ford como parte de uma operação para reforçar a vigilância e a capacidade de resposta a ameaças que possam colocar em risco a segurança no hemisfério ocidental. O porta-aviões, com capacidade para transportar dezenas de caças e operando com uma frota de escolta, passa a integrar o grupo de navios e aeronaves americanos posicionados no Caribe e em Porto Rico.

Vale destacar que em Porto Rico, uma base militar que estava desativada havia mais de vinte anos foi reativada recentemente, ampliando ainda mais a presença militar americana na região.

Contexto de Tensão Crescente

A chegada da embarcação ocorre em meio à intensificação das ações militares americanas no Caribe. Desde setembro, os Estados Unidos realizaram pelo menos vinte ataques nas águas do Caribe e Pacífico, destruindo embarcações que, segundo o governo de Donald Trump, estariam ligadas ao narcotráfico.

Estas ofensivas já deixaram 75 mortos e ampliaram significativamente o confronto entre os dois países. Caracas acusa Washington de usar o combate às drogas como pretexto para interferir em seus assuntos internos e orquestrar a derrubada de Maduro.

Posicionamento Internacional e Potencial de Escalada

Enquanto isso, em Washington, Trump afirmou ter autorizado a CIA a atuar em território venezuelano e avalia medidas mais agressivas, entre elas a ocupação de instalações petrolíferas controladas pelo regime chavista. O governo americano declarou que vai usar "toda a força" contra a Venezuela.

Maduro tem alternado mensagens de confronto e apelos por diálogo, ao mesmo tempo em que busca apoio de aliados como Rússia, China e Irã. Moscou já indicou estar disposta a ajudar Caracas em caso de conflito direto.

A comunidade internacional acompanha com preocupação o avanço da crise. Na cúpula entre a União Europeia e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), realizada na segunda-feira, 10 de novembro, líderes expressaram preocupação com o aumento da presença militar estrangeira no Caribe e pediram "garantias de segurança marítima e estabilidade regional", sem citar diretamente os Estados Unidos.

Enquanto setores mais duros da Casa Branca defendem uma resposta militar mais contundente, outros tentam conter uma escalada que possa levar a um confronto direto entre as duas nações, em um momento de extrema sensibilidade nas relações internacionais da região.