
Eis que Gustavo Petro solta uma bomba geopolítica que ecoa desde Bogotá até os corredores do poder mundial. Num discurso que mistura denúncia afiada e análise histórica, o presidente colombiano apontou o dedo — sem nomear ninguém — para o que chamou de "farsa conveniente".
Usam o narcotráfico como desculpa para invasão militar, declarou ele, com aquela convicção que já virou sua marca registrada. A plateia na Universidade Nacional da Colômbia ficou em silêncio atento. Você quase pode sentir o peso das palavras não ditas: todos sabiam de quem ele falava.
O Contexto que Ninguém Comenta
Petro não chegou falando de armas ou soldados. Começou pela ironia histórica: países que antes lucravam com o ópio na Ásia agora se apresentam como paladinos antidrogas. A hipocrisia, segundo ele, tem cheiro forte.
— É curioso como certas narrativas se repetem — observou, com aquele ar de quem conhece os arquivos secretos da história latino-americana.
Os Números que Contam Outra História
Enquanto isso, os dados oficiais mostram algo perturbador: a Colômbia registrou aumento de 9% nas áreas de cultivo de coca no ano passado. Soa como um fracasso retumbante da política atual, não?
Mas Petro vai além: questiona toda a lógica por trás das métricas. "Medir hectares não mede o narcotráfico", dispara. É como contar árvores ignorando a floresta — uma crítica que doi porque é verdadeira.
A Solução que Ninguém Quer Ouvir
Aqui está o cerne da questão: o presidente colombiano defende que a saída está no desenvolvimento rural, não em aviões fumigando glifosato. Fala em substituição voluntária de cultivos, em dar alternativas reais aos camponeses.
— Precisamos de presença estatal, não militar — insiste, com a paixão de quem já viu de perto os estragos da guerra às drogas.
E faz uma pergunta que ecoa na mente de todos: por que insistir em estratégias que repetidamente falham? Talvez porque o verdadeiro objetivo nunca tenha sido acabar com as drogas, mas manter certo controle geopolítico.
As Repercussões que já Começam
O discurso já causa arrepios em chancelarias. Analistas ouvidos nos bastidores consideram "extremamente grave" a acusação velada. Outros veem como manobra para distrair dos problemas internos — ah, a velha política sempre surpreendendo.
Uma coisa é certa: Petro colocou o dedo na ferida de uma relação internacional que sempre foi assimétrica. E agora? O silêncio dos acusados é mais eloqüente que qualquer negativa.
Restam perguntas incômodas: até quando aceitaremos narrativas que justificam intervenções? Quando reconheceremos que o problema das drogas precisa de soluções, não de soldados?
Petro pode não ter todas as respostas, mas certamente está fazendo as perguntas certas. E isso, num continente tão acostumado a aceitar certas "verdades", já é revolucionário.