Maior porta-aviões do mundo chega à América Latina e Venezuela reage
Maior porta-aviões do mundo patrulha América Latina

O maior porta-aviões do mundo, o americano USS Gerald Ford, chegou à América Latina nesta terça-feira (11), desencadeando uma resposta militar imediata da Venezuela. O governo venezuelano ordenou exercícios militares massivos em todo o país como reação ao que classificou como uma "ameaça imperialista".

Resposta venezuelana à presença militar

O presidente Nicolás Maduro ordenou na terça-feira a integração total da população, do Exército e do aparato estatal, pedindo "preparo máximo" do país. Em discurso no Parlamento, Maduro sancionou uma nova lei de defesa e alertou sobre a possibilidade de uma "luta armada" para defender a soberania nacional.

"Se nós, como república, como povo, tivermos de recorrer à luta armada para defender este sagrado patrimônio dos libertadores, devemos estar prontos para vencer", declarou o presidente venezuelano, acrescentando: "Frente à pressão máxima, preparo máximo".

Desde a manhã de quarta-feira (12), a Venezuela realiza exercícios militares por ar, terra e mar, caracterizados como uma "mobilização maciça" de militares e armamentos por todo o território nacional.

O poderio do USS Gerald Ford

O USS Gerald R. Ford é considerado o maior e mais avançado porta-aviões do mundo, com capacidade para abrigar até 90 aeronaves de combate. Sua pista de pouso e decolagem tem área três vezes maior que o gramado do Maracanã.

Segundo a Marinha americana, o grupo de ataque chegou "na área de operações" da América Latina na terça-feira (11). Por motivos estratégicos, a localização exata não foi divulgada, e o navio mantém seu transponder desligado para manter sigilo sobre sua posição.

O grupo militar inclui ainda três destróieres: USS Mahan, USS Bainbridge e USS Winston Churchill, aumentando significativamente a presença militar americana na região do Caribe.

Justificativa americana e tensões

Os Estados Unidos justificam a operação como parte do combate ao narcotráfico na região. De acordo com comunicado oficial, o grupo de ataque foi enviado para "apoiar a diretiva do Presidente para desmantelar Organizações Criminosas Transnacionais e combater o narcoterrorismo".

No entanto, especialistas consultados pelo g1 afirmam que a chegada do porta-aviões representa um sinal inequívoco de que o presidente Donald Trump está disposto a utilizar força militar contra o regime de Maduro.

O professor de Relações Internacionais da UFF e pesquisador de Harvard, Vitelio Brustolin, explicou ao g1: "O USS Gerald Ford é um dos maiores poderes de fogo navais que os EUA podem projetar. Seu envio é sinal inequívoco que os EUA estão dispostos a usar força militar muito além do que tem sido feito".

Preparação venezuelana para possível invasão

Fontes próximas ao governo venezuelano revelaram à Reuters que o país se prepara para uma possível invasão terrestre dos Estados Unidos. Os planos incluem a mobilização estratégica de armamentos do arsenal militar, incluindo equipamentos russos com décadas de uso.

As unidades do Exército venezuelano receberam instruções para se dispersar e se esconder em caso de ataque. Uma fonte próxima ao governo admitiu: "Não duraríamos duas horas em uma guerra convencional".

O governo Trump designou cartéis de drogas sul-americanos como organizações terroristas e dobrou a recompensa pela captura de Maduro para US$ 50 milhões (cerca de R$ 269 milhões), acusando-o de chefiar o Cartel de Los Soles.

Enquanto isso, o presidente venezuelano mantém seu discurso de preparação máxima, afirmando que todos os comandos de defesa integral devem estar ativados e em condição de prontidão para proteger a soberania nacional.