
Parece que os tempos mudaram — e como! Nesta quarta-feira, algo inesperado sacudiu os alicerces da política internacional: o telefone tocou, do outro lado da linha estava ninguém menos que Donald Trump, e na escuta, nosso presidente Lula. Trinta minutos que podem ter virado a página de um capítulo bastante conturbado nas relações entre Brasil e Estados Unidos.
Quem diria, não é mesmo? Após aquele silêncio ensurdecedor que se estendeu por praticamente todo o governo anterior, eis que os dois mandatários resolvem puxar conversa. A iniciativa partiu de Trump, segundo fontes próximas ao Planalto — um detalhe que não passa despercebido pelos analistas mais atentos.
O que rolou na conversa?
Bom, vamos aos fatos. A ligação aconteceu por volta das 16h, horário de Brasília. Lula estava em seu gabinete, preparando-se para mais uma reunião de rotina, quando o aviso chegou: o ex-presidente americano queria falar. Imediatamente.
Os assessores se entreolharam, meio desconfiados. Afinal, não era todo dia que um dos políticos mais imprevisíveis do mundo resolvia dar um alô. Mas Lula topou na hora — e o resto é história.
Os temas? Variados, para dizer o mínimo. Segundo me contaram pessoas que acompanharam de perto o diálogo, a conversa girou em torno de:
- Comércio bilateral — sempre um ponto sensível nas relações entre os dois países
- Questões ambientais — área onde Brasil e EUA têm tido visões, digamos, bastante distintas
- Cooperação tecnológica — um terreno fértil para possíveis parcerias
- Geopolítica mundial — com a situação na Ucrânia e Oriente Médio em pauta
O tom, ao que tudo indica, foi surpreendentemente cordial. Nada daquela tensão que marcou os encontros — ou a falta deles — durante os governos anteriores. Parece que ambos entenderam que há mais a ganhar conversando do que se ignorando.
Por que agora?
Essa é a pergunta que não quer calar nos corredores do Itamaraty. O que motivou Trump a pegar o telefone justamente neste momento? Especula-se que as eleições americanas tenham algo a ver com isso — afinal, o republicano está novamente na corrida pela Casa Branca, e demonstrar capacidade de diálogo com líderes globais pode ser vantajoso.
Mas também há quem veja nisso um reconhecimento tácito: o Brasil continua sendo um player importante no tabuleiro global, e ignorá-lo simplesmente não é uma opção inteligente. Principalmente quando falamos de temas como comércio e segurança regional.
Um diplomata de carreira, que preferiu não se identificar, me confessou: "É como se tivéssemos voltado à normalidade — se é que podemos chamar qualquer coisa envolvendo Trump de normal".
E daí? O que muda na prática?
Boa pergunta. Conversas telefônicas são ótimas, mas o que realmente importa são os desdobramentos concretos. Bem, pelo menos três coisas podem mudar:
- Comunicação mais fluida entre as equipes de ambos os governos
- Possibilidade de encontros bilaterais em eventos internacionais
- Retomada de negociações comerciais que estavam praticamente paradas
Não espere milagres da noite para o dia, claro. Diplomacia é como dança — requer ritmo, paciência e, principalmente, confiança. Mas o primeiro passo, esse sim, já foi dado.
O que me faz pensar: será que estamos testemunhando o início de uma nova era nas relações Brasil-EUA? Ou é apenas mais um capítulo na imprevisível relação entre esses dois gigantes das Américas?
O tempo — e os próximos telefonemas — dirão. Por enquanto, o importante é que o diálogo, esse velho e bom remédio para desentendimentos, está de volta. E isso, convenhamos, já é alguma coisa.