Governador da Califórnia desafia Trump na COP30: 'Confiem nos EUA'
Gavin Newsom desafia Trump na COP30 em Belém

O governador da Califórnia, Gavin Newsom, tornou-se o centro das atenções durante a COP30 em Belém nesta terça-feira, 11 de novembro de 2025. Sua presença na Zona Sul do evento climático representou um contraponto direto à posição do governo federal americano sob Donald Trump.

America is All In: a coalizão que desafia Washington

Newsom integra a iniciativa America is All In, uma coalizão abrangente que reúne estados, cidades, empresas, universidades, tribos indígenas e organizações da sociedade civil. Este movimento surgiu como resposta às decisões do presidente Trump de abandonar o Acordo de Paris e cancelar a participação americana na COP30.

O governo federal americano afastou-se completamente da política climática, conforme destacou o governador durante entrevista à VEJA. Trump não apenas retirou os Estados Unidos do principal acordo climático mundial, como também desfez uma série de políticas destinadas a reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

Credibilidade climática vem da base

Questionado sobre como os Estados Unidos podem manter sua credibilidade em ações climáticas internacionais sob a administração Trump, Newsom foi enfático: "a força do país hoje não vem de Washington, mas da base".

Segundo o governador, enquanto Trump tenta "colocar a política climática em marcha à ré", um movimento inverso acontece em todo o território americano. O impulso, explica Newsom, é guiado menos por ideologia e mais por pragmatismo econômico.

Energia limpa tornou-se simplesmente mais barata, e investir nesse setor transformou-se em sinônimo de competitividade global. "As pessoas entendem que, se não investirmos no futuro, não vamos nos sair muito bem", afirmou o governador durante seu discurso no Pavilhão da Nigéria.

Otimismo apesar de Washington

A chegada de Newsom à Zona Sul da COP30 causou tumulto e demonstrou o peso político que o governador californiano carrega no cenário internacional. Mesmo representando apenas um estado, sua presença em Belém sinaliza que a ação climática americana continua viva, ainda que não através dos canais federais.

Newsom mantém-se otimista sobre a capacidade dos Estados Unidos em cumprir seus compromissos ambientais, apesar do "cenário turbulento em Washington". Seu argumento central é que governos locais e estaduais estão se unindo e "realmente avançando" na agenda climática.

A presença do líder californiano na COP30 em Belém reforça que a política ambiental tornou-se um campo de batalha político dentro dos Estados Unidos, com consequências diretas para as negociações climáticas globais.