Pois é, galera. O momento que muitos esperavam — e outros talvez nem soubessem que viria — chegou. A Europa está, literalmente, apagando os carimbos dos passaportes. A partir desta segunda-feira, aquela tradição tão característica de quem viaja pelo Velho Continente vai ficando no passado.
E olha, não é exagero dizer que é uma mudança e tanto. O Sistema de Entrada e Saída (EES, na sigla em inglês) está sendo implementado nas fronteiras terrestres, marítimas e aéreas. A ideia? Digitalizar completamente o processo de controle migratório.
Como funciona na prática?
Bom, em vez do oficial carimbar manualmente seu passaporte — aquela cerimônia que até rendia foto para o Instagram — seus dados serão coletados digitalmente. Estamos falando de nome, tipo de documento, dados biométricos como impressões digitais e fotografia facial, além da data e local de entrada ou saída.
Parece coisa de filme, né? Mas é a mais pura realidade.
A União Europeia garante que o sistema vai ajudar a identificar quem ultrapassa o tempo de permanência autorizado — algo que, convenhamos, sempre foi um ponto meio cinzento. E tem mais: a expectativa é que agilize o processo nas fronteiras. Pelo menos é o que prometem.
Quem vai sentir na pele?
Aqui vai o detalhe importante: o EES vale para cidadãos de países fora da União Europeia que não precisam de visto para viagens de curta duração. Ou seja, nós, brasileiros, estamos incluídos nessa. Se você está planejando aquela sonhada viagem para Paris, Roma ou Barcelona, já pode se preparar para a novidade.
Ah, e importante: o sistema não se aplica a quem tem residência legal em algum país do bloco ou está isento de controle nas fronteiras — casos específicos que seguem outra régua.
E a tal privacidade?
Sempre que surge um sistema desses, a pulga atrás da orelha salta. A UE tenta acalmar os ânimos afirmando que o acesso aos dados será restrito e controlado. As informações ficarão armazenadas por três anos — depois disso, tchau e bênção.
Mas cá entre nós, em tempos de vigilância digital, sempre fica aquela leve desconfiança, não é mesmo?
O fato é que as viagens internacionais nunca mais serão as mesmas. O cheiro de tinta do carimbo, o som característico no passaporte... Tudo isso vai virando nostalgia. Resta saber se a tal agilidade prometida vai realmente chegar ou se vamos trocar uma demora por outra.
Uma coisa é certa: o futuro bateu à porta — e dessa vez, sem carimbo.
