Trump declara fentanil como arma de destruição em massa em decreto
Decreto de Trump classifica fentanil como arma de destruição

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou um decreto nesta segunda-feira (15) que classifica o fentanil, principal analgésico por trás da crise de opioides no país, como uma arma de destruição em massa. A medida coloca a substância na mesma categoria de artefatos como bombas atômicas, armas biológicas (antraz) e químicas (gás sarin).

Impacto direto no combate ao tráfico

A nova classificação tem implicações práticas imediatas. O decreto autoriza o Departamento de Defesa dos EUA a avaliar se incidentes de tráfico de fentanil justificam o emprego das Forças Armadas. Na prática, isso abre caminho para uma atuação militar irrestrita contra o narcotráfico deste opioide, equiparando a gravidade do crime a contrabando de materiais como urânio.

Nos Estados Unidos, a utilização do Exército em operações de policiamento interno é ilegal, com raras exceções definidas por lei. Se o decreto assinado por Trump resistir aos desafios jurídicos que já se anunciam, o combate ao tráfico de fentanil se tornaria uma dessas exceções.

Repercussão imediata nas redes sociais

A decisão da administração Trump gerou uma onda de críticas diretas ao presidente, especialmente em seus perfis oficiais nas redes sociais. Brasileiros foram parte significativa dos que manifestaram indignação e frustração nos comentários, em um movimento que seguiu outros recentes envolvendo figuras políticas brasileiras.

A reação ocorre em um contexto de tensão política, onde apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro expressaram descontentamento com Donald Trump após um episódio envolvendo o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Contexto da crise de opioides

O fentanil é um analgésico sintético até 100 vezes mais potente que a morfina e tem sido o grande vilão da devastadora crise de opioides que assola os Estados Unidos há anos. A droga, frequentemente misturada a outras substâncias sem o conhecimento dos usuários, é responsável por dezenas de milhares de mortes por overdose anualmente no país.

A classificação como arma de destruição em massa reflete a visão da administração Trump sobre a escala e a letalidade da crise, tratando-a não apenas como um problema de saúde pública, mas como uma ameaça à segurança nacional que justifica uma resposta militar.

Especialistas em direito constitucional e políticas de drogas já preveem batalhas legais contra o decreto, questionando a legalidade de tal equiparação e o uso das Forças Armadas em solo americano para este fim. O desfecho desta disputa definirá os novos rumos do combate ao fentanil nos EUA.