
Eis que o Brasil resolveu não ficar de braços cruzados. Numa jogada que pegou muitos de surpresa, os presidentes da Câmara e do Senado — aqueles mesmos que vivem trocando farpas — apareceram juntos nesta quarta-feira num raro momento de sintonia com o governo federal.
O motivo? Aquele velho conhecido que adora acordar o dragão: Donald Trump. O ex-presidente americano, que agora mira a Casa Branca de novo, soltou mais uma daquelas ameaças tarifárias que só ele tem o dom de fazer — e o Brasil, claro, não pretende levar desaforo pra casa.
O jogo das cadeiras giratórias
Parece que quando o assunto é ameaça externa, até os políticos mais divergentes conseguem se entender. Arthur Lira (Câmara) e Rodrigo Pacheco (Senado), que normalmente parecem estar em planetas diferentes, sentaram-se à mesma mesa com ministros do governo Lula para traçar — pasmem — uma estratégia conjunta.
"Quando o bicho pega, até galinha voa", diria meu avô. E parece que a ameaça de novas tarifas sobre produtos brasileiros fez os nossos políticos lembrarem que, no xadrez internacional, somos todos peões do mesmo time.
O que está em jogo?
- Aço brasileiro: nosso carro-chefe nas exportações para os EUA
- Etanol: setor que já sofreu com medidas protecionistas antes
- Produtos agrícolas: o calcanhar de Aquiles do agronegócio
Não é de hoje que Trump usa as tarifas como arma política — lembra daquela confusão toda em 2018? Só que desta vez, ao que tudo indica, o Brasil não pretende ficar só na defensiva. Fontes próximas ao Itamaraty soltaram que já estão estudando medidas de retaliação "cirúrgicas", como dizem por lá.
E olha que interessante: enquanto isso, no Congresso, até os partidos de oposição parecem ter engolido a seco suas divergências. "Quando o inimigo bate à porta, a casa tem que ficar unida", comentou um deputado que preferiu não se identificar — mas que normalmente adora uma briga política.
E agora, José?
O governo brasileiro, que anda com a agenda cheia de problemas internos, agora precisa lidar com mais essa. A diferença é que, desta vez, parece ter encontrado um raro momento de trégua política para enfrentar o desafio.
Será que vai durar? Bom, a história nos ensina que alianças contra inimigos externos costumam ter o prazo de validade de um pão francês. Mas enquanto o fantasma das tarifas americanas assombra nossos exportadores, até os políticos mais arredios parecem dispostos a jogar no mesmo time.
Uma coisa é certa: o Brasil não quer repetir o papel de vítima no jogo protecionista de Trump. Resta saber se essa união momentânea vai se traduzir em ações concretas — ou se vai acabar como aquelas promessas de ano novo que a gente faz mas nunca cumpre.