As forças militares dos Estados Unidos realizaram, nesta segunda-feira (29 de dezembro), um novo ataque letal em águas internacionais, desta vez na região do Pacífico Oriental. A ação foi registrada em vídeo e divulgada nas redes sociais pelo Comando Sul dos EUA.
Detalhes da operação militar
De acordo com um comunicado oficial publicado na rede social X, antigo Twitter, a Força Conjunta Southern Spear executou o ataque sob indicação direta do Secretário de Defesa dos Estados Unidos. O alvo foi uma embarcação operada por organizações designadas como terroristas.
A nota do Comando Sul dos EUA afirma que os serviços de inteligência confirmaram que o navio estava "em trânsito por rotas conhecidas de narcotráfico" no Pacífico Oriental e participava ativamente de operações ilegais de tráfico de drogas. Como resultado da ação cinética, dois homens identificados como narcoterroristas foram mortos. Não houve baixas ou danos às forças militares americanas.
Contexto da campanha militar e acusações à Venezuela
Este é mais um episódio de uma série de operações que Washington vem conduzindo na região desde agosto, sob a justificativa de combater o narcotráfico. Publicações internacionais indicam que dezenas de ataques realizados nos últimos meses já resultaram em 107 mortes.
A administração do presidente Donald Trump, que assumiu o cargo em janeiro, colocou o combate ao narcotráfico como prioridade. Uma das medidas adotadas foi restringir o tráfego de petroleiros que entram e saem da Venezuela. Trump justificou a ação alegando ser necessário cortar as receitas da exportação de petróleo que, segundo ele, financiam o narcoterrorismo.
Em meio a essas medidas, o líder americano fez acusações diretas ao presidente venezuelano, Nicolás Maduro, afirmando que ele rouba petróleo de empresas norte-americanas e usa os lucros para financiar atividades criminosas. No entanto, não foram apresentadas provas públicas que sustentem essas alegações.
Operação em território venezuelano e novas revelações
Em entrevista à rádio WABC na sexta-feira, citada pela imprensa americana na segunda, Trump declarou ter destruído uma "grande instalação" usada por uma rede de narcotráfico controlada pela Venezuela. O presidente não esclareceu se o ataque ocorreu em solo venezuelano, mas descreveu a operação da semana passada como "forte".
Horas depois, o jornal The New York Times avançou com informações de que os EUA realizaram sua primeira operação em território venezuelano. Tratou-se de um ataque com drones na semana passada contra um porto. O alvo teria sido um cais que as autoridades americanas acreditam ser utilizado pela organização criminosa transnacional Tren de Aragua para armazenar e preparar narcóticos para transporte marítimo.
Fontes não identificadas disseram ao jornal que não havia ninguém no local no momento do impacto e que não houve vítimas fatais. A operação foi atribuída à Agência Central de Inteligência (CIA).
A campanha militar dos EUA, embora justificada publicamente como um combate ao narcotráfico, segue sendo questionada pela falta de evidências concretas apresentadas que comprovem que todos os alvos atingidos faziam parte de rotas do tráfico de drogas. A escalada das operações e as acusações contra a Venezuela inserem-se em um cenário geopolítico complexo, com repercussões ainda incertas para a região.