O governo brasileiro reagiu com cautela otimista à decisão do presidente americano Donald Trump de reduzir tarifas sobre produtos importados do Brasil. O anúncio foi feito neste sábado, 15 de novembro de 2025, e representa um alívio para setores importantes da economia brasileira.
Reação do Planalto
O vice-presidente Geraldo Alckmin foi o primeiro membro do governo a se manifestar sobre a medida. Em declarações à imprensa, Alckmin classificou a decisão de Trump como "positiva" e "na direção correta". O representante do Planalto destacou que as negociações entre os dois países continuam avançando.
A retirada da tarifa básica de 10% beneficia produtos como carne, café, suco de laranja, manga, banana e açaí. Segundo Alckmin, o setor de suco de laranja foi um dos mais beneficiados, com a eliminação total dos impostos que antes eram de 10%.
Limitações e desafios
Apesar do avanço, uma tarifa adicional de 40% imposta por motivação política continua mantida sobre os produtos brasileiros. Esta taxa representa uma preocupação significativa para os exportadores, já que não há perspectiva de prazo para sua redução.
Alckmin foi enfático ao caracterizar a manutenção desta tarifa como uma "distorção que precisa ser corrigida". Ele explicou que, enquanto outros países tiveram reduções maiores, o Brasil permanece com uma carga tributária elevada de 40% sobre as exportações para os Estados Unidos.
Impacto setorial
O cenário é particularmente desafiador para o setor cafeeiro. Embora tenha havido uma redução de 10%, países concorrentes obtiveram cortes de 20%, o que coloca o Brasil em desvantagem competitiva no mercado americano.
Com a nova medida de Trump, o percentual das exportações brasileiras para os EUA não sujeitas à imposição de tarifas adicionais subiu para 26%. Alckmin ressaltou a importância de continuar trabalhando para melhorar a competitividade dos produtos nacionais.
O vice-presidente também destacou que a conversa entre o presidente Lula e Donald Trump foi positiva, assim como as negociações do chanceler Mauro Vieira com o secretário de Estado americano, Marco Rubio. As tratativas comerciais entre os dois países seguem em andamento na busca por novos cortes tarifários.