Haddad desmente polêmica: controle de dividendos não é retaliação aos EUA
Haddad: controle de dividendos não é retaliação aos EUA

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, saiu a campo para desmentir os boatos que circulam nos bastidores do poder. Em tom firme, mas sem perder a elegância característica, ele negou que o eventual controle sobre dividendos tenha qualquer relação com uma suposta retaliação aos Estados Unidos.

"Isso é pura especulação", disparou Haddad, com aquela paciência de quem já está acostumado a desmontar teorias da conspiração. Segundo ele, a medida - ainda em discussão - faz parte de um pacote mais amplo para modernizar nosso sistema tributário, não sendo direcionada contra nenhum país específico.

O que está realmente em jogo?

Para entender a polêmica, é preciso ir além do sensacionalismo. O governo estuda incluir os dividendos distribuídos a acionistas na base de cálculo do Imposto de Renda. Uma mudança técnica, mas que mexeu com os brios do mercado financeiro.

Alguns analistas, porém, deram um salto lógico digno de campeão olímpico: associaram a proposta às recentes tensões comerciais com os EUA. Coisa de quem vê fantasma onde tem apenas reforma tributária.

  • O Brasil busca alinhar sua tributação às práticas internacionais
  • A medida afetaria todos os investidores, não apenas estrangeiros
  • Não há indicação de tratamento diferenciado por nacionalidade

Haddad foi categórico: "Estamos discutindo política econômica, não geopolítica". E completou, com certa ironia: "Se fosse retaliação, estaríamos falando de soja ou aço, não de reforma tributária".

Os números por trás da polêmica

Enquanto a discussão esquenta, os técnicos do Ministério fazem as contas. Estima-se que a taxação de dividendos poderia gerar até R$ 20 bilhões em receita anual. Um belo reforço para as contas públicas - ou um pesadelo para os investidores, dependendo de quem você pergunta.

O ministro, porém, garante que o governo está aberto ao diálogo. "Não vamos tomar decisões na base do achismo", prometeu, deixando claro que qualquer mudança passará por ampla discussão com o Congresso e setor privado.

No fim das contas, parece que a história toda foi mais tempestade em copo d'água do que guerra comercial disfarçada. Mas, como diz o ditado, onde há fumaça... Será que há mesmo fogo?